Em audiência pública realizada no Senado para debater os impactos econômicos da dependência do Brasil na importação de fertilizantes, o senador e vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Vanderlan Cardoso (PSD-GO), destacou que “o setor produtivo do país está na contramão da maioria dos países, inclusive os que estão em desenvolvimento”. Como exemplo, Vanderlan comparou o Brasil com a Argentina. “É completamente diferente a política de desenvolvimento. O preço do gás brasileiro é muito mais alto, então é humanamente impossível fazer um planejamento no nosso país com preços abusivos praticados”, complementou.
A consideração do senador veio após a apresentação do diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos. A entidade monitora com preocupação a oferta de fertilizantes e intermediários no mercado internacional, uma vez que o Brasil é dependente das importações.
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Segundo a Abiquim, em 2021, dos mais de 40 milhões de toneladas de fertilizantes consumidos no país, 85% foram importados. Em 2017 e 2018, o país era capaz de produzir 8,2 milhões de toneladas de fertilizantes, mas o volume caiu a 7,2 milhões de toneladas em 2019 e a 6,5 milhões de toneladas em 2020.
Nos últimos anos, o Brasil deixou de produzir determinados insumos por causa da falta de competitividade do produto nacional. Uma das grandes queixas da indústria é o preço elevado das matérias-primas e da energia em relação a outros grandes produtores internacionais. Além disso, o cenário pode se agravar ainda mais por conta da Medida Provisória 1095/21, que está sendo analisada pelo Senado). Caso a MP prospere, a competitividade da produção do país será mais uma vez impactada. Os efeitos da MP para a indústria e para a cadeia produtiva foram debatidos em webinar realizado pelo Congresso em Foco nesta quarta-feira (24).