Em meio às críticas feitas pelo presidente Lula (PT) à alta taxa de juros no país, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, deve ser convidado para participar de uma audiência pública no Senado para tratar do tema. O convite está na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) desta terça-feira (14).
O requerimento foi apresentado pelo presidente da comissão, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). Vanderlan alega, na justificativa do convite, que o aumento da taxa de juros básica (Selic) diminui o acesso da população a linhas de créditos, empréstimo e financiamentos. “Assim, o consumidor deixa de fazer gastos maiores para poupar no período de alta inflacionária”, destacou o senador.
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A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 13,75% ao ano, maior patamar desde 2017. Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom decidiu por 12 aumentos consecutivos na taxa, que saiu de 2% ao ano para o percentual atual.
“O atual patamar da taxa básica de juros tem gerado muito debate na área econômica sobre a obrigação do Banco Central em reduzir esse índice. Por isso apresentamos o presente requerimento com o objetivo de convidar o senhor presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, para prestar informações sobre o valor da taxa de juros”, destaca o requerimento.
A principal crítica do presidente Lula em relação à taxa de juros é de que ela atrapalha o crescimento do país. Titular da CAE, a senadora Teresa Leitão (PT-PE) faz coro às falas de Lula. A base do governo na comissão deverá ser favorável ao convite para o presidente do BC ir ao Senado.
“É o tipo de coisa que ele [Campos Netos] não tem como esconder, os juros estão altos mesmo. Campos Neto tem mandato, mas ele precisa ouvir o que o Senado tem para dizer sobre esse assunto”, afirmou a senadora ao Congresso em Foco. Na avaliação da parlamentar, os juros altos atrapalham a política econômica do governo, focada na inclusão social e na redistribuição de renda.
PublicidadeA audiência é vista como uma oportunidade para tratar do tema “com tranquilidade”. “O objetivo é fazer uma construção resolutiva, com a meta de baixar os juros”, reforçou a senadora.