O índice de renovação na Câmara na eleição de 2022 é de 39,38%, segundo a Secretaria-Geral da Mesa (SGM). O resultado difere dos 47,37% registrados em 2018. Entre os 513 eleitos nesse domingo, 202 nunca exerceram o mandato de deputado federal. Além dos 294 que se reelegeram, outros 17 ex-deputados estarão de volta à Casa a partir de fevereiro de 2023.
Veja a nova composição da Câmara
O levantamento da Câmara considera, para efeito de reeleição, os 598 deputados que exerceram mandato em algum momento da atual legislatura, não apenas os 513 titulares. Quando são levantados em conta apenas os titulares, o índice de renovação é o mais baixo desde 1998, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
A maior renovação se deu no Acre, onde apenas um dos oito representantes se reelegeu. As outras sete cadeiras são ocupadas por deputados novos. O Amapá também registrou um alto índice de renovação: dois deputados foram reeleitos e seis são novatos.
A queda na renovação na Câmara já era esperada por analistas políticos. Para Antonio Augusto de Queiroz, além do índice elevado de recandidaturas, a queda na renovação é explicada pelas vantagens de quem disputa a reeleição, como recursos de campanha e emendas parlamentares; pela mudança na regra das sobras; e pelo ambiente político atual.
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Desde a eleição de 1994, o percentual de renovação na Câmara ficou abaixo de 40%, de acordo com os dados da SGM. A média de 1994 até 2014 foi de 37%. Três eleições tiveram o menor índice de renovação: 1994, 1998 e 2002 (36% em cada um desses anos).
Os dois candidatos que tiveram o maior número de votos para deputado nesta eleição vão assumir o primeiro mandato na Câmara dos Deputado em 2023. São eles: o atual vereador Nikolas Ferreira (PL-MG), que teve 1,4 milhão de votos, e Guilherme Boulos (Psol-SP), com 1 milhão de votos.
Embora tenha um perfil mais conservador, com a eleição de uma numerosa bancada de direita e centro-direita, a nova Câmara terá as duas primeiras deputadas trans da história: Erika Hilton (Psol-SP) e Duda Salabert (PDT-MG), hoje vereadoras em São Paulo e Belo Horizonte.
A deputada Luiza Erundina (Psol-SP), reeleita para o sétimo mandato, é a parlamentar mais idosa da Câmara, com 87 anos. O deputado mais novo tem 21 anos e vai assumir seu primeiro mandato na Câmara em 2023. O vereador Amom Mandel (Cidadania-AM), de Manaus, foi o candidato mais votado no seu estado.
O deputado mais longevo – o mais idoso com o maior número de mandatos – é o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), que em 2023 vai assumir o nono mandato aos 76 anos. O deputado Átila Lins (PSD-AM) também vai assumir o nono mandato no próximo ano, com 72 anos.
Entre as 598 pessoas que exerceram cargo de deputado nos últimos quatro anos, como titular ou suplente, 485 tentaram a reeleição em 2022 e 54 não se candidataram.
Outros concorreram a cargos diferentes: um para vice-presidente da República, 24 para o Senado, 15 para governador, seis para vice-governador, três para suplente de senador e dois para deputado distrital.
Com informações da Agência Câmara de Notícias