O senador Renan Calheiros (MDB-AL), por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou a realização da reunião de instalação da CPI da Braskem na tarde de terça-feira (12). Por ser o integrante mais velho, cabe a ele próprio presidir o encontro, que deverá ser utilizado para eleição do presidente, relator e dos vice-presidentes.
Antes da instalação, o bloco majoritário planeja se reunir no gabinete do senador Omar Aziz (PSD-AM) para antecipar o planejamento de suas ações na CPI. Renan é autor do requerimento de criação do colegiado, o que tradicionalmente lhe garante espaço na Mesa Diretora. Essa vaga, porém, não é garantida no regimento, e o senador terá de articular junto aos aliados mais próximos diante da resistência oferecida por Rodrigo Cunha (Podemos-AL), contrário à participação do emedebista.
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A função da CPI é investigar as ações e omissões da mineradora Braskem e de entidades da administração alagoana no desastre ambiental que resultou no afundamento de vários bairros em Maceió. Essa apuração, porém, toca em uma rivalidade histórica da política alagoana: Renan Calheiros coordena o grupo político do governador do estado, Paulo Dantas. Seu bloco disputa influência contra o do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado da capital estadual, João Henrique Caldas.
Os dois lados tendem a pressionar a responsabilidade para o lado oposto, apesar de Renan ter se posicionado de forma contrária à politização das investigações. Os embates, porém, estão previstos para acontecer somente em 2024: o Senado se aproxima do recesso legislativo, que dura entre o dia 22 de dezembro e 2 de fevereiro.