A Rede Sustentabilidade acionou o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (15) contra Gustavo Gayer (PL-GO) em razão de uma fala proferida pelo deputado. Gayer disse que “nordestinos perderam a capacidade pensar”. O partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pede a cassação do mandato do parlamentar por ataque aos nordestinos.
A declaração de Gayer foi feita durante um podcast, o Comérciocast, em que o parlamentar também classificou a população do Nordeste como “sem instrução e sem educação”. A declaração foi veiculada em 6 de junho deste ano.
A representação destaca que Gayer atentou contra a ordem jurídica e cometeu crime de racismo, que também inclui práticas de xenofobia. “Prática intolerável e abominável, que viola princípios civilizatórios”, afirma o documento, que reforça que a conduta do deputado desrespeita a Constituição Federal e está sujeita à cassação de mandato.
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“Disseminar desinformação carregada de ódio e preconceito é uma conduta totalmente incompatível com a figura de um congressista. O povo do Nordeste merece respeito e ações assim não podem ficar impunes”, frisou Túlio Gadêlha (PE), líder da Rede na Câmara.
A porta-voz nacional da Rede, Heloísa Helena, disse que Gayer “atinge o Brasil como um todo” por discursos intolerantes recorrentes. “Não afeta só a minha identidade, o meu povo, mas toda a nação”.
Em julho desse ano, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime contra o deputado Gustavo Gayer pelo crime de racismo. É a segunda denúncia enviada contra Gayer, decorrente de uma fala sua ao podcast Três Irmãos, em que afirmou que a dificuldade de instauração da democracia em países africanos se deve a uma suposta falta de cognição da população. O deputado é investigado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em um mesmo processo que o ex-presidente Jair Bolsonaro por disseminação de ataques e fake news contra o sistema eleitoral.
PublicidadeO Congresso em Foco procurou Gustavo Gayer por meio de sua assessoria, mas ainda não houve retorno. O texto será atualizado caso haja manifestação.
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