Na análise do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid-19, o indiciamento do deputado Ricardo Barros (PP-PR) é um dos principais pontos do relatório final lido nesta quarta (20) diante do colegiado. O deputado foi um dos mais citados ao longo das reuniões da CPI, indiciado por incitação ao crime, formação de organização criminosa, advocacia administrativa e improbidade administrativa.
Ricardo Barros é líder do bloco governista na Câmara dos Deputados, suspeito de participação no esquema de superfaturamento das vacinas Covaxin. O relatório de Renan Calheiros (MDB-AL) separou um capítulo somente sobre o papel dele e solicita que a Receita Federal investigue suas transações bancárias, bem como as transações da Precisa Medicamentos, empresa também indiciada pelo esquema.
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Para Randolfe, o presidente Jair Bolsonaro deveria ter afastado o deputado da liderança do bloco governista assim que surgiram indícios de sua participação em esquemas de corrupção. “Eu, se fosse presidente da república, tinha afastado ele da liderança no dia do depoimento de Luis Miranda (DEM-DF). Acho que qualquer outro com as melhores intenções na presidência da República assim faria”, declarou.
Apesar da gravidade dos crimes atribuídos a Barros, Randolfe Rodrigues não acredita que o indiciamento possa tirá-lo do papel de liderança do governo. “É uma escolha do senhor Presidente da República. Talvez ele continue se identificando com o deputado Ricardo Barros, e acredite que ele deva continuar”, considera. “De qualquer forma, um dos mais fortes indiciamentos desta CPI é o de Ricardo Barros”, conclui.
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