O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, Arthur Maia (União-BA), se reuniu com o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), na manhã desta terça-feira (26) para tratar do requerimento de oitiva comandante das Força Nacional de Segurança, José Américo de Souza Gaia.
Houve entendimento entre os parlamentares da CPMI para que até quinta-feira (28) seja construída uma conciliação para aprovar o depoimento do militar responsável pela guarda no dia 8 de janeiro de 2023, quando a Praça dos Três Poderes foi atacada por manifestantes bolsonaristas revoltados com o resultado das eleições.
O presidente da CPMI começou a audiência que ouve o general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), com um discurso sobre a Constituição para justificar sua postura de isonomia ao exigir que a Comissão se debruce sobre a convocatória do comandante das Forças Nacionais de Segurança.
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Maia afirmou que atualmente pode considerar que o partido do qual faz parte da base governista. Entretanto, ele enfatizou que não se tem como prioridade defender o governo e sim lutar para obter consenso entre os membros do colegiado misto. O presidente citou então que a CPMI já recebeu representantes do Exército e da Polícia Militar do Distrito Federal para depoimentos e, portanto, faltaria apenas a Força Nacional para que todos os órgãos de segurança fossem ouvidos.
De acordo com Maia, “se a minoria da Comissão defende que houve tentativa do atual governo de desmoralizar a oposição ao facilitar o vandalismo na Praça dos Poderes” trata-se de uma questão razoável e de lógica trazer justiça aos diferentes lados ouvidos.
A oposição bolsonarista defende que o ministro da Justiça, Flávio Dino, não acionou as Forças de Segurança Nacional de propósito no dia 8 de janeiro. O motivo da omissão seria desqualificar o governo anterior e seus apoiadores. Já o governo afirma que a responsabilidade de fiscalização e proteção da Praça dos Três Poderes é da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, à época coordenada por Anderson Torres, ministro da Justiça da gestão Bolsonaro.
O deputado Arthur Maia reforçou que há só mais três depoimentos previstos pela Comissão antes do término e que a forma encontrada por ele para atender ao apelo da oposição que compõem à CPMI é propor um acordo para que o comandante compareça como depoente. Entretanto, ainda não há consenso entre os membros do colegiado.
“A meu ver é fundamental convocar quem foi apontado como financiador do 8 de janeiro porque até agora não ouvimos ninguém nesse sentido”, disse o presidente.
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