A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, Eliziane Gama (PSD-MA), lamentou nesta quinta-feira (21) a negativa do presidente da Comissão, Arthur Maia (União-BA), em relação à votação da acareação entre os depoimento de Mauro Cid e Jair Bolsonaro. A senadora protocolou o requerimento no dia 14.
“É uma definição que tem que ser tomada pelo presidente da CPMI, a relatoria propõe, os demais propõem, se ele [Maia] entender que não deverá colocar [em pauta] a gente só infelizmente lamenta. Eu acho muito lamentável que a gente não faça uma acareação dessa natureza.
A senadora defende que para a reta final dos trabalhos da CPMI é importante comparar o que foi dito pelo ex-ajudante de ordens e pelo ex-presidente em depoimentos à Polícia Federal. Eliziane demonstrou ainda ter esperança de que ao longo das últimas semanas da CPMI seja possível conseguir a acareação. A previsão de entrega do relatório é dia 17 de outubro.
A relatora acrescentou que, mesmo diante do acordo de delação premiada que Mauro Cid firmou com a PF, ainda espera convocar novamente o tenente-coronel envolvido no caso de adulteração de cartões de vacinação, venda de joias sauditas e envolvimento em atos antidemocráticos para finalizar os trabalhos da Comissão como o último depoente e respeitar os prazos da investigação.
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Eliziane reforçou que para a próxima sessão será votado um novo bloco de oitivas que pode incluir o ex-comandante da Marinha e almirante Almir Garnier. Conforme divulgado pelo O Globo, Cid teria se encontrado com Garnier para obter apoio do almirante que supostamente concordou com o golpe de estado.
Já o ex-presidente teria se reunido com lideranças militares para discutir uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), operação militar convocada pelo líder do Executivo para restabelecer da normalidade. A conversa teria ocorrido com a cúpula das Forças Armadas após o segundo turno do ano passado.
Publicidade“Se houve ali uma iniciativa de, por exemplo questionar o processo do resultado eleitoral e se estabelecer uma intervenção não há dúvida nenhuma que é uma ação inconstitucional e deverá sim ser levada em consideração pela CPMI”, disse a relatora.