O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, encaminhou ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), uma representação que pede a cassação do deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA). O maranhense é acusado de importunação sexual contra a deputada Julia Zanatta (PL-SC), em função do gesto filmado na audiência da Comissão de Segurança Pública na terça-feira (11). Ele também pretende acionar a deputada, alegando que ela fez denunciação caluniosa contra ele.
A audiência em questão foi para que os deputados questionassem o ministro da Justiça Flávio Dino, que participou à convite da comissão. A reunião foi marcada por brigas constantes entre os deputados, incluindo ofensas e ameaças. Em determinado momento, Dino decidiu se retirar, e os parlamentares de oposição se levantaram em protesto para gritar ofensas ao ministro.
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Ao se levantar, Zanatta foi abordada por Jerry, que foi filmado se aproximando dela pelas costas para sussurrar algo em seu ouvido. As versões a partir daí divergem: o PL afirma que ele havia tentado cheirar seu pescoço e então a intimidar. Jerry já nega a tentativa, e alega ter apelado para que a deputada abaixasse os ânimos em meio ao tumulto. Vídeo divulgado pelo deputado mostra ele dizendo “são 40 anos de mandato” para Zanatta, em defesa da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), com quem a catarinense discutia.
Confira o vídeo do momento:
Na representação, o PL afirma que “o presente caso em muito se assemelha com os cotidianos e absurdos ocorridos em ônibus, metrô e outros espaços públicos, onde homens aproximam seus corpos da retaguarda de mulheres, sempre com alguma desculpa com o intuito de satisfazer a própria lasciva”. Em seu Twitter, Zanatta publicou uma foto do episódio. “Nunca dei liberdade para esse deputado e nem sabia qual era o nome dele, mas ele se sentiu livre para chegar por trás de mim”, narrou.
PublicidadeMárcio Jerry já diz que repudia as acusações “com a firmeza de quem não tem medo da verdade e ao mesmo tempo abomina as fake news e todo esse rastilho de ódio, intolerância e maledicências que espalham criminosamente em prejuízo da honra, da biografia e da própria segurança de quem seja seu alvo da vez”. Sua versão também é defendida pelos demais deputados governistas.