Com um mês de atraso para o início das atividades nas comissões, a Câmara dos Deputados corre o risco de adiar mais uma vez a instalação dos colegiados. Diante do risco de ver a Comissão de Educação presidida por Nikolas Ferreira (PL-MG), o governo discute uma manobra regimental para adiar a votação de todas as comissões. O PL, que indicou o deputado, pretende preservar sua orientação.
A Comissão de Educação foi um dos alvos da disputa entre o PT, de Lula, e o PL, de Bolsonaro, na distribuição das comissões. Uma vez definida a sua entrega ao PL, o partido escolheu Nikolas como candidato à sua presidência. Em resposta, o governo orientou aos partidos de sua base que retirem todas as suas nomeações nas suas respectivas comissões, impedindo que sejam instaladas.
O objetivo da obstrução sobre as comissões entregues a partidos governistas é pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a interromper a instalação dos colegiados até que o PL apresente outro nome para a Educação.
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, afirma que o partido não voltará atrás quanto à nomeação de Nikolas. “Agora é que não tira. Se incomodou o governo, é porque acertamos no alvo”, afirmou. Sóstenes é uma das principais vozes dentre os parlamentares da oposição, e enxerga a indicação de um deputado rival ao governo como parte do papel esperado do bloco.
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A obstrução, na avaliação do deputado, prejudica o próprio governo, que precisa do Legislativo para conseguir avançar com suas pautas prioritárias. “Quanto mais tempo ficar sem funcionar as comissões, pior é pro governo”, declarou.