O Brasil sob o comando do presidente Lula é um país que promove a democracia e a harmonia entre os poderes. Mas que deve na recuperação da economia e nas melhoras de um modo geral do país. Essa é a atual impressão do Congresso Nacional com relação ao atual governo, conforme demonstra a última rodada do Painel do Poder, pesquisa trimestral que o Congresso em Foco Análise faz com que 70 dos principais líderes políticos da Câmara e do Senado.
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O Painel do Poder pediu aos deputados e senadores pesquisados que avaliassem, dando uma nota de 1 a 5, a atuação do governo Lula em oito áreas. Os quesitos são mantidos os mesmos a cada rodada da pesquisa, para que haja a possibilidade de comparação quanto à evolução das respostas.
O levantamento mostra que os parlamentares avaliam como sendo o ponto que mais sobressai no governo Lula após os seus três primeiros meses a relação do poder Executivo com o Poder Judiciário. Em média, esse quesito recebeu dos parlamentares a nota 4,1. Em seguida, veio a promoção da democracia, com nota média 3,29.
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Em contrapartida, as piores notas médias foram dadas para a melhoria geral do país e a retomada da economia. No primeiro quesito, a média foi 2,77. E para a economia, 2,66.
Abaixo, vêm na ordem da média das notas, a promoção da saúde (3,15), o relacionamento com o Congresso (3,1), educação (2,87) e combate à corrupção (2,8). A presença do relacionamento com o Legislativo numa posição intermediária, bem abaixo do relacionamento com o Judiciário, mostra no caso a existência de turbulências resultantes do fato de o eleitor ter escolhido um governo comandado por um partido de esquerda e um Congresso e perfil bem mais conservador, dominado, especialmente na Câmara, pelo Centrão do presidente Arthur Lira (PP-AL).
“Na estreia de sua avaliação, o governo Lula se sai melhor no Relacionamento com o Judiciário (média 4,1), justamente o quesito em que o governo Bolsonaro se saia pior, em todas as últimas sondagens. Tal avaliação pode ser resultante do distensionamento do ambiente, particularmente estressado durante o período eleitoral e pós-eleitoral”, observa o relatório da pesquisa.
“A segunda melhor avaliação é com relação à promoção da democracia (média de 3,29), seguida pela do Relacionamento com o Congresso (média de 3,1). Tomadas em conjunto, essas percepções podem ser atribuídas, de fato, à própria mudança de governo em si. O governo Bolsonaro marcou-se por discursos antidemocráticos e pela constante pressão na institucionalidade. O novo governo, embora ainda em seus primórdios, dá sinais de um retorno à operação institucional mais ‘normal’, ou, melhor, mais em consonância com a tradição histórica nacional”, continua o texto.
8 de janeiro
O início do governo Lula ficou marcado pelos atos de vandalismo e violência na tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de janeiro. E um ato simbólico ocorrido logo depois fica como marca que parece ter percebida pelos parlamentares na avaliação. Como resposta aos atos, Lula desceu a rampa do Palácio do Planalto cercado por todos os governadores e os presidentes dos demais poderes.
A avaliação acima da média no quesito saúde parece também estar relacionada à comparação com o governo anterior, que negava a gravidade da pandemia da covid-19.
“Em termos de áreas operacionais, o governo Lula é mais bem avaliado na Saúde (média 3,15). De fato, o Ministério da Saúde tem sido protagonista de medidas efetivas e mais imediatas, como a retomada das campanhas de vacinação, a instalação do programa Mais Médicos, etc. Segue-se Educação (média de 2,87), área em que as ações e os resultados demoram mais para aparecer”, considera o relatório.
Economia
No caso da percepção sobre a melhoria geral do país, a avaliação dos parlamentares sobre o governo Lula ficou abaixo da média, que seria 3.
“No quesito Economia, um dos itens em que o governo Bolsonaro foi sistematicamente mais bem avaliado do que os demais (o que não significa que tenha sido sempre avaliado acima da média), o governo Lula foi avaliado com 2,66, sua pior média. Avaliação também sintomática e digna de ser acompanhada durante as próximas sondagens”, observa o relatório.
Muito melhor
Apesar do perfil conservador do Congresso e do grande número de parlamentares que foram eleitos por partidos que fizeram oposição a Lula nas eleições do ano passado, o que o Painel do Poder mostra, porém, é que, na maioria, a percepção dos parlamentares é de melhora na situação do país na comparação com o governo anterior de Jair Bolsonaro.
A maior parte dos deputados e senadores respondeu à pesquisa considerando que o atual governo, nos seus três primeiros meses, é “muito melhor” que o governo anterior. Essa é a percepção de 47% dos deputados e senadores entrevistados. Para outros 30%, o governo é “muito pior”. Na avaliação de 12, “um pouco melhor”. “Um pouco pior” para 3%. E “nem melhor nem pior” para 8%.
“Evidentemente, uma questão dessa natureza despertaria a polarização entre os respondentes”, considera o texto do relatório. “De todo modo, pode-se afirmar que há uma expectativa mais favorável do que negativa em relação ao governo Lula. Os que consideram que o governo será pouco melhor ou muito melhor em relação ao governo anterior são 59,09%. Os que consideram que será muito pior ou pouco pior são 33,33%”, conclui.