O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou que instalará a CPI dos Atos Golpistas se vier a ser reeleito para comandar a Casa pelos próximos dois anos no dia 1º de fevereiro. A data marca a eleição para presidente da Câmara e do Senado e o início da nova legislatura.
A senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) reuniu 45 assinaturas para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a invasão e a depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal no último domingo (8).
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (9), Pacheco afirmou que considera “muito pertinente” a abertura das investigações. “Eu considero que, se fosse uma decisão a ser tomada hoje, em relação a estes acontecimentos do dia 8 de janeiro, me parece muito adequado que isso seja objeto de uma CPI. Esse fato, pela gravidade, da magnitude dessa violação democrática, eu considerado muito pertinente uma CPI”, declarou o senador, ao responder a uma pergunta do Congresso em Foco.
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Ele ressaltou que não há como iniciar a CPI neste momento devido ao recesso parlamentar e ao encerramento da legislatura no final deste mês. Uma CPI não poder começar em uma legislatura e terminar em outra.
“Mas estando no recesso, não havendo sessões, o pedido haverá de ser deliberado a partir do dia 1º de fevereiro por quem esteja na presidência do Senado Federal”, acrescentou o parlamentar. Ele afirmou que não poderia assumir o compromisso de instalar a comissão porque a medida poderia parecer promessa de campanha de sua candidatura.
Pacheco, que estava de férias na Europa, visitou as dependências do Senado nesta manhã, quando viu o resultado da ação dos bolsonaristas golpistas. Em discurso no plenário, ele afirmou que os responsáveis pagarão pelo crime e pelos danos materiais causados.
“Não é justo que o povo brasileiro pague por essa conta. Todo aquele que gera o dano fica obrigado a repará-lo. E aquelas pessoas que aqui estiveram para praticar os crimes no Senado Federal já estão sendo identificadas, serão individualizadas, terão todas as informações colhidas e recolhidas num procedimento próprio da Polícia Legislativa do Senado, sem prejuízo das providências da Polícia Federal e de outras providências”, declarou.
“A Polícia Legislativa do Senado está incumbida de identificar um a um os que praticaram esses crimes no ambiente do Senado Federal. E, ao identificá-los, a Advocacia do Senado também está incumbida de fazer as representações criminais por todos os tipos penais praticados nesse dia 8 de janeiro nos ambientes do Senado. Desde a invasão, passando pelo patrimônio público, passando pelo crime mais grave que se viu: o atentado ao Estado de Direito incluído no Código Penal”, afirmou.
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