O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), despede-se neste sábado (1º) da presidência da Casa em razão da eleição para decidir o novo presidente. Em discurso para imprensa, admitiu que sonha governar o seu estado e que se sentiu “honrado” com a declaração do presidente Lula de que deseja vê-lo à frente do governo de Minas Gerais.
“Quem diz que está na política e não tem o sonho de governar o seu próprio estado, não está falando a verdade. Óbvio que isso é o desejo de qualquer político e, evidentemente, é um sonho que eu sempre tive de ser o governador do meu estado”, afirmou. O senador disse que pretende decidir sobre o seu futuro apenas mais adiante.
“Fico muito honrado de um presidente da República, como o presidente Lula, que é um grande político, um ser humano extraordinário, poder ter este desejo, esta vontade, mais do que isso, externar a vocês da imprensa da forma como fez. Isso é motivo de muita alegria e de muita honra para mim. Recebo essa mensagem do presidente Lula com sentimento profundo de honra e responsabilidade”, ressaltou.
Leia também
O senador também celebrou a democracia e o apoio dos outros Poderes na condução dos trabalhos do Legislativo. Pacheco ainda fez um balanço do compromisso da Casa em aprovar projetos fundamentais para a população, como a reforma tributária.
“Quero fazer um agradecimento também ao Senado Federal, a todos os senadores e senadoras desta legislatura, também da legislatura passada, da qual eu fui presidente, pelo trabalho desempenhado. Da entrega de diversos projetos transformados em leis, em reformas, em finanças, pode se criticar o Congresso em vários aspectos, mas não se pode criticar em relação à capacidade que tem de fazer entregas e de ter uma produtividade em termos de marcos legislativos e reformas constitucionais, são absolutamente essenciais”, declarou.
Após quatro anos à frente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco avaliou que o período foi difícil. “Mas conseguimos fazer importantes realizações ao longo desses anos”. Entre elas, ele apontou a reforma tributária, o Programa de Pagamento da Dívida dos Estados (Propag) e a desoneração da folha de pagamento. O senador também relembrou o início de seu mandato durante a pandemia e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“Nós iniciamos essa administração no enfrentamento à pandemia, todos nós sofremos muito na pandemia, não posso deixar. Já aqui de fazer também um registro que eu considero que deve ser identizado, de memória daqueles colegas e senadores que, com a função da Covid-19, perderam suas vidas no exercício do mandato: senador José Maranhão, o senador Haroldo de Oliveira, o senador Major Olímpio”, disse Pacheco.
“O Senado Federal teve um papel muito decente, muito íntegro, no enfrentamento da pandemia, com proposições de enfrentamento sanitário, mas também de proposições que contribuíram para a sociedade, para os governos, para as prefeituras, naquele momento muito agudo da vida nacional”, complementou.
Sobre os novos passos na carreira política, Pacheco disse que era um momento de “exaltação do Senado”, com sentimento de “dever cumprido”. O senador não deu indícios de que deve assumir algum ministério ou o concorrer ao governo de Minas Gerais, como o presidente Lula manifestou o desejo em entrevista. Ele, porém, afirmou que é, para todos os políticos, a possibilidade de governar o próprio estado é “um sonho”.