O presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco (PSD-MG) defendeu, nesta segunda-feira (18), a lisura das urnas eletrônicas após os novos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral. Segundo Pacheco, o sistema “não podem mais ser colocadas em dúvida”.
O senador divulgou nota à imprensa após o presidente promover um encontro com embaixadores, no Palácio da Alvorada, para repetir suspeitas, sem provas e já esclarecidas, sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro.
“Uma democracia forte se faz com respeito ao contraditório e à divergência, independentemente do tema. Mas há obviedades e questões superadas, inclusive já assimiladas pela sociedade brasileira, que não mais admitem discussão. A segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida”, divulgou Pacheco.
O presidente da Casa Alta também disse que não há razão para os questionamentos ao sistema eleitoral, que classificou como “ruins para o Brasil sob todos os aspectos”. Pacheco ressaltou que o Congresso “tem obrigação de afirmar à população que as urnas eletrônicas darão ao país o resultado fiel da vontade do povo, seja qual for”.
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Pré-candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro voltou a repetir as teorias da conspiração, já desmentidas por órgãos oficiais, sobre as eleições de 2018 e a segurança das urnas eletrônicas. Bolsonaro reuniu cerca de 40 embaixadores de diferentes países no Palácio da Alvorada para apresentar o que ele afirma se tratar de provas da ineficácia do sistema de segurança das urnas eletrônicas adotadas nas eleições.
A prova, porém, foram trechos de um inquérito da Polícia Federal (PF) vazado por ele em 2021, apontando para uma suposta fraude nas eleições de 2018 desmentida pela própria corporação e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
PublicidadeO inquérito em questão diz respeito a uma denúncia de que uma hacker conseguiu acessar os sistemas virtuais do TSE, incluindo as páginas dos ministros, oito meses antes das eleições de 2018. A investigação foi aberta no mesmo ano até que, em julho de 2021, Jair Bolsonaro vazou dados do inquérito, utilizando-o em uma live para afirmar que houve fraude nas urnas eletrônicas durante o pleito que o elegeu.
Em agosto de 2021, o TSE divulgou uma nota onde afirma ter recebido as informações da PF sobre o inquérito, e que, mesmo se confirmada a invasão, o hacker não seria capaz de alterar o resultado das eleições. “Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração”, explica.