As divergências internas na Câmara dos Deputados sobre a reforma da Previdência, entregue na última quarta (20) pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, começaram a se refletir no plenário da Casa no final da manhã desta quinta-feira (21). Deputados da oposição obstruíram, por quase duas horas, a votação de um projeto que confirma a participação brasileira em acordo de cooperação educacional com São Cristóvão e Névis – arquipélago de 50 mil habitantes no Mar do Caribe.
Tanto a oposição como os governistas eram favoráveis ao texto, que acabou aprovado por 276 votos a 8, com 2 abstenções. A discussão, porém, foi dominada por discursos contra e a favor da reforma, e outros quatro acordos que estavam na pauta da Câmara para esta manhã acabaram não sendo votados.
Deputados do PT, especialmente, defenderam o instrumento da obstrução. “Nós já votamos reformas da Previdência aqui. Eu, inclusive, como líder dos governos Lula e Dilma, já encaminhei votações de reforma, como, por exemplo, a constituição do Fundo de Previdência para os servidores públicos federais [Funpresp]. E nós enfrentamos centenas de obstruções daqueles que na época eram oposição”, argumentou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
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“Parece que eles [partidos agora aliados ao presidente Jair Bolsonaro] querem uma democracia de dois pesos e duas medidas. Quando estão no governo, não pode haver obstrução. Quando estão na oposição, podem fazer obstrução”, completou.
“O que a oposição quer não tem nada a ver com esse decreto legislativo. O que eles querem é simplesmente travar a pauta, obstruir, deixar de andarmos para a frente com a reforma da Previdência. É só uma estratégia política”, atacou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).
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