Em uma semana de foco da Câmara dos Deputados em projetos consensuais até a definição das comissões, um dos itens enfrenta dificuldade para ser aprovado em Plenário. O PL 2215/2024, da deputada Duda Salabert (PDT-MG), que cria o Dia Nacional da Ação Climática, é alvo de esforço concentrado de parlamentares da oposição para não ser votado.
O projeto foi o primeiro item na pauta desta quarta. O texto define que, no dia 27 de abril de cada ano, as atividades escolares serão destinadas ao ensino sobre a crise climática, bem como sobre prevenção e adaptação a desastres ambientais.
Após a abertura dos debates, diversos deputados oposicionistas se manifestaram negando não apenas o mérito do projeto, mas também o próprio aquecimento global. “Existem inúmeros cientistas que demonstram por suas pesquisas que o homem não interfere no clima. São coisas sazonais, são coisas que acontecem de tempos em tempos. (…) Não vamos permitir de forma alguma o controle do ser humano, o controle dos indivíduos por essas agendas da ONU”, disse a deputada Bia Kicis (PL-DF), vice-líder da minoria.
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, Nilto Tatto (PT-SP) se pronunciou em resposta à ofensiva, e relembrou que grande parte da população brasileira sofre com as consequências do cuidado com o clima. “Aqueles que mais sofrem as consequências desses eventos climáticos são os mais vulneráveis. (…) Quando tem uma grande chuvarada, sofrem as consequências desse modelo de desenvolvimento que explora a natureza a qualquer preço, com maior intensidade, para acumular capital, para acumular lucro, com consequências drásticas para o meio ambiente e para a maioria do povo brasileiro”, afirmou.
A bancada do PL chegou a apresentar um requerimento de retirada de pauta, que foi negado por 125 votos favoráveis a 236 contrários. Você pode acompanhar aqui o andamento dos debates.