O deputado Luiz Nishimori (PR-PR), relator do projeto de lei que afrouxa regras sobre agrotóxicos no país (PL 6.299/02), afirma que não se beneficiará com as mudanças que defende (leia mais abaixo). Ele foi proprietário de duas empresas que venderam agrotóxicos no Paraná por décadas.
O Congresso em Foco revelou, em matéria publicada em 12 de julho, que o parlamentar era o dono das duas empresas, a Nishimori Agricultura e a Mariagro Agricultura. Ambas foram escondidas com o registro em nome de parentes próximos, como os filhos, a esposa e a mãe do deputado.
Em entrevista ao site na ocasião, Nishimori confirmou que detinha poder sobre os dois empreendimentos. Depois, não quis mais responder às perguntas.
O deputado procurou o site para se manifestar sobre o assunto dias depois. Em nota, afirmou que as empresas não estão mais funcionando.
Uma delas teria sido encerrada em 2013 e a outra em 2014 – quando Nishimori já exercia mandato na Câmara Federal. Coincidentemente, as duas empresas receberam aval do governo do Paraná, ainda em 2014, para vender agrotóxicos.
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O parlamentar acredita que o substitutivo apresentado por ele é “a melhor proposta para a sociedade”. “Estou a serviço da lei e da sociedade, cumprindo um trabalho pautado na transparência, ética e responsabilidade”, disse.
O projeto
A proposta relatada por Nishimori muda pontos-chave da Lei de Agrotóxicos, de 1989. Entenda:
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Muda a definição do que é “aceitável” nos venenos. O texto mantém a proibição de produtos que podem causar riscos graves à saúde, mas os danos teriam que ser “inaceitáveis”. Fica em aberto quais seriam os riscos que se encaixam nessa categoria.
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Limita o prazo para que órgãos competentes avaliem e liberem substâncias usadas em defensivos para de 30 a 180 dias. Também cria a figura do “registro provisório”.
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O Ministério da Agricultura passa a centralizar a aprovação de agrotóxicos. Hoje, a competência é dividida entre Ministério da Agricultura, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os dois últimos são vinculados aos ministérios do Meio Ambiente e da Saúde.
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Passa a chamar agrotóxicos de “defensivos fitossanitários”.
Os defensores do projeto, incluindo Nishimori, afirmam que as normas vão acelerar e modernizar processos e trazer mais segurança alimentar. Para opositores e entidades ligadas à saúde, as alterações colocam em risco a saúde da população e podem permitir o uso de substâncias potencialmente perigosas na produção agrícola.
O projeto foi aprovado em 25 de junho pela comissão especial que analisou o tema – colegiado que tem, entre seus 26 integrantes, 20 ruralistas. Agora será votado em plenário.
O que diz Nishimori
Relator do Projeto de Lei 6299/2002, que pretende atualizar a legislação sobre defensivos fitossanitários no Brasil, o deputado federal Luiz Nishimori (PR-PR) afirmou que o substitutivo de sua autoria foi baseado em um amplo debate com especialistas, médicos e representantes da sociedade civil ao longo de dois anos.
“Tenho a convicção de que chegamos a melhor proposta para a sociedade. Foram 12 reuniões deliberativas, nove audiências públicas e um seminário. O debate foi construído com dados técnicos, econômicos e científicos trazidos por diversos atores, incluindo especialistas e cidadãos”, destacou o relator.
Após acusações de conflito de interesses entre a relatoria do projeto e atividades econômicas ligadas ao setor, anteriores a vida pública do parlamentar, o deputado reiterou que não há qualquer benefício pessoal. “Estou a serviço da lei e da sociedade, cumprindo um trabalho pautado na transparência, ética e responsabilidade”, disse.
Nishimori se afastou de todas as atividades econômicas, desde que entrou para a vida pública em 2003. Uma delas foi a empresa Mariagro Agrícola LTDA, com sede em Marialva, da qual o deputado se desligou em 1999, ou seja, 12 anos antes de assumir o mandato como deputado federal. Inativa desde 2008, a empresa permaneceu aberta por haver pendências a serem resolvidas. Em 2013, foi dado baixa na Inscrição Estadual da mesma.
Outra empresa, citada nas acusações, a Nishimori Agrícola LTDA, nunca contou com o nome do parlamentar em seu contrato social. Aberta em 2003, o empreendimento funcionou até o ano de 2008, quando então tornou-se inativo. Em 2014, também foi dado baixa na Inscrição Estadual.
“Não há nenhum membro da minha família à frente de empresas relacionadas com sementes, fertilizantes e pesticidas. Não há nada declarado junto à Receita Federal”, ressaltou o parlamentar.
Veja como cada deputado votou no projeto que facilita o uso de agrotóxicos
Relator do projeto dos agrotóxicos é dono de empresas do setor
Querem nos matar porque roubar não basta tem que exterminar, temos mas de 500 inimigos que nos querem ver mortos ate quando vamos aturar essa chacina do nosso povo?
E os inocentes achando que os “transgênicos” é que faziam mal?? kkkk