O senador Fabiano Contarato (PT-ES) fez uma defesa enfática do casamento homoafetivo. Casado com o fisioterapeuta Rodrigo Groberio, com quem tem dois filhos, Contarato diz que nem mesmo uma mudança constitucional pode impedir o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo. Muito menos um projeto de lei, como querem os defensores da proposta em vias de ser votada na Câmara que pretende barrar o casamento LGBTQIA+.
Para o líder do PT no Senado, resistir à aprovação desse tipo de proposta é o preço que se paga pela vigilância da democracia. “Nós temos sempre de lutar para garantir esse princípio de dignidade da pessoa humana. Não vai ser com um projeto de lei, nem mesmo uma proposta de emenda constitucional, que será possível atacar as nossas famílias”, disse. “Nossas famílias não são piores que a família de ninguém. A mesma certidão de casamento que eu tenho meus colegas também têm. A mesma certidão que os filhos de vocês têm, os meus filhos têm”, discursou o senador ao receber o Prêmio Congresso em Foco 2023, como Melhor do Senado, na avaliação do público, na última quinta-feira (21) (assista ao vídeo acima).
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Contarato dedicou seu prêmio aos enfermeiros e técnicos em enfermagem – ele é autor do piso da categoria -, aos motoristas – como seu pai – e à comunidade LGBTQIA+. “Vou morrer defendendo a democracia, essa determinação constitucional de que todos somos iguais perante a lei, independente de raça, cor, etnia, religião o origem”, ressaltou.
O Projeto de Lei 580/2007, que está para ser votado nesta semana na Comissão de Previdência e Família, é relatado pelo deputado Pastor Eurico (PL-PE). Segundo Contarato, a mistura de religião com Estado é uma das maiores ameaças à democracia. Fabiano Contarato citou uma frase atribuída por ele ao filme Servindo em Silêncio, de 1995. “As perguntas quem somos. Nós somos seus professores, nós somos seus médicos, nós somos seus dentistas, nossos somos os seus advogados, os seus pedreiros, os seus trabalhadores, nós somos os seus políticos. Nós protegemos vocês, nós amamos vocês. Apenas pedimos que nos deixem viver com dignidade”, defendeu o senador.
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