Morreu na manhã desta terça-feira (9) no Rio de Janeiro o ex-deputado federal David Miranda (PDT-RJ). David completaria 38 anos nesta quarta-feira (10). Ele estava internado desde 6 de agosto de 2022 para tratar uma infecção gastrointestinal, mas sofreu sucessivas infecções, em um quadro de septicemia. A morte de David foi confirmada pelo seu marido, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, com quem viveu por 17 anos. Eles tinham dois filhos.
“É com a mais profunda tristeza que eu comunico a morte do meu marido, David Miranda. Ele iria fazer 38 amanhã. Sua morte, no início desta manhã, ocorreu após uma batalha de nove meses na UTI. Ele morreu em paz, cercado por nossos filhos, pela família e por amigos”, escreveu Glenn nas redes sociais.
David Miranda nasceu e cresceu na comunidade do Jacarezinho, no Rio. Coordenou a campanha pelo asilo a Edward Snowden no Brasil e trabalhou ativamente junto com Glenn Greenwald nas revelações dos programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos, efetuados pela sua Agência de Segurança Nacional. Em razão desse episódio, foi detido pelo governo britânico em 2013.
Leia também
Filiado ao Psol, foi eleito o primeiro vereador LGBTQIA+ na história da Câmara do Rio de Janeiro. Chegou à Câmara em 2019 após a renúncia do então deputado reeleito Jean Wyllys (Psol-RJ), que decidiu não assumir o mandato e deixar o país em decorrência das ameaças de morte que recebia.
David Miranda também recebeu escolta policial com autorização da Câmara por causa de ameaças de morte. Ele deixou o Psol em janeiro de 2022 por discordar da aproximação do partido com o PT. O ex-deputado desistiu, em setembro, de concorrer a um novo mandato devido à fragilidade de sua saúde após a internação.
Em março de 2019, David Miranda comemorou, em entrevista ao Congresso em Foco, a oficialização da adoção de seus dois filhos, à época com 11 e nove anos de idade. Os garotos, nascidos em Maceió, viviam com o casal no Rio desde novembro de 2017, mas somente quase dois anos depois após o cumprimento de uma série de exigências e de período de observação, o processo de adoção foi concluído. “Todos os nossos direitos estão assistidos. A mensagem que passamos às pessoas, como figuras públicas, é que pessoas LGBT podem ser pais e formar família”, afirmou o deputado ao site. “Hoje [sexta, 22] é um dos dias mais felizes da minha vida. São as crianças mais incríveis do mundo”, completou.
Publicidade