Virou palco de atritos a reunião em que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, detalha aos parlamentares o projeto de lei anticrime (veja a íntegra) que o governo Bolsonaro apresentará ao Congresso. Em curso na Câmara, o encontro foi pedido pela frente parlamentar da segurança pública, a chamada bancada da bala.
O plano, divulgado por Moro na última segunda (4), é um pacote de mudanças em 14 leis, cujos objetivos centrais são combater os crimes violentos, a corrupção e o crime organizado. Na visão do governo, os três problemas são relacionados.
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A apresentação teve momentos de hostilidade entre deputados da oposição e da base do governo. Representantes do Psol elaboraram 19 perguntas a Moro sobre o pacote, que incluem citações ao “caso do motorista Queiroz e do Senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)”, em alusão às investigações sobre o ex-assessor do parlamentar do filho do presidente Jair Bolsonaro.
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Como imaginávamos o Sr. Moro foi blindado. Não respondeu as nossas perguntas. Mas estávamos lá denunciando a censura e mostrando que não ficaremos de cabeça baixa. O próximo passo tem que ser apresentar convocação dele quando iniciarem as comissões temáticas. Não recuaremos!
— Glauber Braga (@Glauber_Braga) 6 de fevereiro de 2019
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Com a exposição de Moro em andamento, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) interrompeu a fala do ministro e perguntou: “O senhor não vai responder às perguntas”?. Imagens foram transmitidas em tempo real pelo deputado depois do anúncio de que o encontro não seria transmitido.
Em protesto, membros da frente da segurança pública, a chamada bancada da bala, vaiaram o representante do Psol, pediram “respeito” e bradaram palavras de ordem como “deixa ele [Moro] terminar”.
Depois da reunião, Glauber foi ao Twitter reclamar da postura de Moro. “Como imaginávamos o Sr. Moro foi blindado. Não respondeu as nossas perguntas. Mas estávamos lá denunciando a censura e mostrando que não ficaremos de cabeça baixa. O próximo passo tem que ser apresentar convocação dele quando iniciarem as comissões temáticas. Não recuaremos!”, advertiu.
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