O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon, disse na tarde desta sexta-feira (18) que o partido tem a maioria das assinaturas da bancada em apoio ao bloco de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a disputa da presidência da Câmara dos Deputados.
Mais cedo, o bloco comandado pelo atual presidente da Câmara ganhou o reforço de partidos de oposição. Nesta sexta-feira (18), o grupo de 11 legendas – que une do PT ao PSL – divulgou um manifesto em que justifica a composição.
Alessandro Molon disse que mais da metade dos parlamentares do PSB entendeu a “seriedade” da decisão unânime da diretoria do partido. “Não é uma brincadeira, não é uma besteira”. Aqueles que estão defendendo candidatura própria, pontuou, “precisam entender que isso já está vencido. O bloco foi lançando hoje com partidos de oposição. Isso é uma decisão tomada”.
As articulações para a eleição da Casa ganharam corpo essa semana com disputas envolvendo o texto de regulamentação do Fundeb. Em linhas gerais, o grupo ligado a Maia queria aprovar o Fundeb para manter o texto sob controle do parlamento, enquanto o grupo de Arthur Lira (PP-AL), próximo do Planalto, dizia que a regulamentação poderia ser feita via Medida Provisória, o que daria mais poder ao Executivo para escolher como utilizar os recursos bilionários do fundo.
Leia também
“A direção do PSB é fazer o máximo para derrotar Bolsonaro nessa disputa. Aqueles que defendiam o candidato de Bolsonaro e agora defendam candidatos próprios precisam entender que, na prática, isso ajuda o candidato de Bolsonaro na medida em que fragmentam os que se opõe a ele. Vamos tentar unir nossa bancada para derrubar Bolsonaro”, disse Molon sobre os parlamentares da legenda que ainda não se uniram ao bloco.
Também segundo o deputado, a formalização do nome indicado pelo bloco depende da “resolução da casa”. “Hoje o PT propôs apresentar ao bloco um terceiro nome, para que reunido avalie, se afunile e comece a campanha. Esse bloco representa 20 dos 27 governadores”. O nome, diz, pode ser anunciado a partir de domingo (20).
Bolsonaro x Maia
Na noite de quinta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro culpou Rodrigo Maia (DEM-RJ) pelo fato de o governo não pagar a 13ª parcela do Bolsa Família em 2020. “Você está reclamando do 13º do Bolsa Família, que não teve. Sabia que não teve este ano? Foi promessa minha? Foi. Foi pago no ano passado? Mas o presidente da Câmara deixou caducar a MP. Vai cobrar de mim? Cobra do presidente da Câmara, que o Supremo agora não deu o direito de ele disputar a reeleição. Cobra dele”, disse Bolsonaro.
Após a fala do presidente, Maia resolveu pautar a MP 1000, que trata do auxílio emergencial residual. “O próprio ministro Paulo Guedes hoje confirmou que o presidente é mentiroso quando disse que de fato não há recursos para o 13º do Bolsa Família”, rebateu. “Ontem, fiquei muito irritado porque nunca imaginei que em um país como o Brasil um presidente da República pudesse, de forma mentirosa, tentar comprometer a imagem do presidente da Câmara ou de qualquer cidadão brasileiro”, disse o deputado em plenário nesta sexta-feira (19).
Para Molon, a briga entre Maia e Bolsonaro reafirma o apoio do presidente a Arthur Lira. “Isso mostra que essa vai ser uma eleição do candidato de Bolsonaro contra uma Câmara independente. (…) As brigas vão desmoralizando a candidatura [de Arthur].
> Esquerda fecha com bloco de Maia e grupo une 11 partidos, do PT ao PSL