O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre e investigado pelo STF por espalhar fake news, recebeu financiamento do empresário Luciano Hang por intermédio do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). É o que demostram mensagens interceptadas pela Polícia Federal, obtidas pela CPI da Covid.
Nas mensagens divulgadas pelo Jornal Nacional na sexta-feira (25), Allan dos Santos pede a Eduardo Bolsonaro que o coloque em contato com Hang, dono da rede de lojas Havan. Eduardo pergunta, em seguida: “Quer que eu fale algo a ele para te introduzir?”. Allan responde “É melhor”.
Em nova troca de mensagens horas depois, Eduardo envia mais uma mensagem a Allan dos Santos. “Ele disse que você pode entrar em contato com ele. Falei que você é o nosso cara da imprensa para um projeto que desenvolvemos aqui nessa semana de aulas do Olavo”, disse Eduardo Bolsonaro, referindo-se a Olavo de Carvalho, professor, astrólogo e guru de Jair Bolsonaro.
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O blogueiro bolsonarista volta a entrar em contato com Eduardo no dia seguinte. “Sobre o Hang, quando ele voltar da Europa, falarei com ele”. Em resposta, Eduardo Bolsonaro escreve: “Beleza. Falei no macro com o Hang”.
Quatro meses depois, Allan dos Santos comemora o fechamento de patrocínio do Terça Livre. “Luciano Hang está dentro. Patrocínio para o programa.”
Para a CPI da Covid, Allan dos Santos seria uma das principais peças de uma organização criminosa disseminadora de fake news antes -e durante- a pandemia de covid-19 conhecida como gabinete do ódio.
“É a existência de uma verdadeira organização criminosa de fake news, que teve papel determinante no agravamento da pandemia. Veja: essa organização criminosa começa a se articular e a se constituir a partir de 2019 e, na pandemia, para reforçar o discurso negacionista do presidente da República e de seu governo”, disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
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