Rodrigo Maia (DEM-RJ) deixou a mesa da presidência da Câmara dos Deputados, nesta sexta-feira (18), e foi à tribuna comentar o conflito entre ele e o presidente Jair Bolsonaro acerca do décimo-terceiro salário para beneficários do Bolsa Família e a prorrogação do auxílio emergencial. Da tribuna ele voltou a afirmar que o presidente “mentiu” e afirmou que esse tipo de ataque interfere no enfrentamento de crises como a gerada pela pandemia.
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“O presidente deveria estar mais preocupado de estar numa mesa dialogando sobre o nosso futuro do que estar tentando transferir responsabilidade para os outros”, afirmou.
“Quando você disputa uma eleição presidencial, você assume a responsabilidade de dar um Norte para o nosso país. Infelizmente, não é o que está acontecendo no nosso país nos últimos quase dois anos”, disse. Em meio a ataques ao presidente, Maia argumentou que faltou “coragem” do presidente para pautar temas como a 13ª parcela do Bolsa Família, a expansão do auxílio emergencial e algum projeto social para o país.
“Se o presidente não consegue promover uma melhora do Bolsa Família ou uma expansão do Bolsa Família para esses milhões de brasileiros que ficarão sem nada a partir de janeiro, a responsabilidade é exclusiva dele, que tem um governo liberal na economia, mas que não tem coragem de implementar esta política dentro do governo e no parlamento”, afirmou o Rodrigo Maia.
Ele falou ainda sobre ataques nas redes sociais, defendendo que há uma articulação conjunta para “desqualificar” a imagem dos adversários do presidente da República do qual ele tem sido vítima. Ele reforçou que o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes confirmou mais cedo que o governo não tinha recursos suficientes para implementar o o 13° do Bolsa Família e que estaria cometendo crime de responsabilidade se o fizesse.
Maia afirmou que precisou discursar, hoje, para resguardar a imagem do parlamento e do seu mandato como presidente da casa, “pois amanhã a narrativa vai deixar de ser do 13° do Bolsa Família e vai dizer que fomos que acabamos com o auxílio emergencial porque não votamos a medida provisória” e sinalizou que o governo tenta obstruir a votação da MP 1000/20.
Maia encerrou o seu discurso afirmando que este não foi o primeiro e nem será o último ataque que sofre por parte do presidente, por conta do seu posicionamento de ser um “leal” adversário do Presidente nas pautas consideradas de costumes, que segundo ele, geram “ódio” e “divide” o Brasil. O parlamentar disse que será aliado do governo, e não do presidente Jair Bolsonaro, naquelas pautas que modernizam o Estado brasileiro. Maia se referiu ao governo como “incompetente” e sem “coragem” para enfrentar pautas que prometeu como: a reestruturação das contas públicas, começando pela PEC Emergencial.
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