O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), abriu a sessão desta terça-feira (26), saudando parentes de vítimas do novo coronavírus e profissionais da saúde. Em seu pronunciamento, destacou os esforços que a Casa tem feito para aprovar medidas de auxílio, além de tentar promover diálogo entre os poderes.
“Vivemos um momento muito grave da nossa história. O mundo enfrenta a mais grave crise sanitária e humanitária desde a segunda guerra mundial. Quase 400 mil pessoas morreram nesses mais de três meses de pandemia e no Brasil já são 25 mil mortos em razão do coronavírus. A Câmara dos Deputados traz uma palavra de solidariedade a essas famílias que perderam seus entes queridos e não tiveram sequer a possibilidade de se despedir”, afirmou.
Maia lembrou que como consequência da pandemia vêm o desemprego, a fome, as falências e as dificuldade de honrar compromissos, mas reforçou que “a quarentena e o isolamento social não são culpados por derrubar a economia, quem derruba economia é o vírus. O distanciamento momentâneo entre as pessoas, salva vidas.”
O presidente também reforçou que o momento exige prudência. “Nessa hora grave a nação exige que estejamos à altura dos combates que já foram e ainda serão travados. Espera-se de nós maturidade para manter um diálogo construtivo entre as instituições e para com a sociedade. Os brasileiros exigem de nós trabalho e respeito pelos que mais sofrem”, disse.
Maia fez um apelo aos deputados para que seguissem trabalhando com “altivez, equilíbrio, firmeza e ponderação”.
O parlamentar aproveitou o momento para lembrar algumas das ações que já passaram pela casa. “Aprovamos projetos para levar recursos financeiros, financiamento para micro, pequenas e médias empresas”. Esse auxílio financeiro, lembrou, “ainda não chegou na ponta, na base da nossa economia e isso se faz urgente.”
Diálogo
Maia reforçou a importância da independência dos poderes e da força do diálogo no combate ao coronavírus e à crise econômica. “Dialogar é da natureza do parlamento, por isso vejo com naturalidade o esforço do governo federal para ampliar sua base política. Ao invés de ser criticado, este esforço deve ser respeitado. O sistema democrático exige a convivência republicana entre poder executivo e legislativo.”
Em seu discurso, o deputado ainda pontuou a relação saudável que a Câmara mantém com o poder Executivo, por meio dos ministros, imprensa e com os membros do STF.
“Nos momentos mais críticos nestes últimos anos, tenho procurado ser prudente e observar irrestritamente as normas constitucionais. Prudência não pode ser confundida com medo ou com hesitação. A coragem muitas vezes está em saber construir a paz”, vaticinou.
Por fim, Maia engrossou o coro do ministro Luís Roberto Barroso, que nesta segunda-feira (25) em seu discurso de posse no TSE, reiterou a importância da manutenção de democracia.
“Vivemos hoje um momento muito grave da nossa história. A voz dessa casa de leis, que presido, deve traduzir a voz da maioria do povo brasileiro, que nos ordena para juntarmos os cacos das nossa convergências e, unidos, vencermos o grande desafio que é derrotar o coronavírus e vencer a gravíssima crise social e econômica que está à nossa frente, preservando a nossa democracia. Repito: preservando a nossa democracia”, insistiu.
Maia fez referência à fala do presidente Jair Bolsonaro na reunião ministerial do dia 22 de abril, onde afirmou que queria armar a população. “Temos feito muito, mas há muito o que fazer armados do espírito da resiliência e da capacidade de trabalho do nosso povo haveremos de conseguir. Essas aliás, são as únicas armas que nós, brasileiros, devemos portar. A fé na capacidade de trabalho, na força de vontade para enfrentar e vencer obstáculos e na crença da justiça de nosso regramento institucional. É hora de todos nós elevarmos o nível de nosso entendimento das nossas palavras e ações para nos tornarmos dignos de liderar o povo brasileiro”, concluiu.
A Câmara tem uma pauta extensa nessa terça-feira (25), onde serão analisadas cinco medidas provisórias e dois projetos de lei, todos no âmbito do enfrentamento ao novo coronavírus.
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