Em pronunciamento na presença dos novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), o presidente Lula manifestou seu compromisso de manter uma relação pacífica com o Legislativo no próximo biênio, sempre consultando as lideranças partidárias antes do envio de projetos. Os dois chefes do Legislativo responderam no mesmo tom, destacando a disposição em trabalhar uma agenda de entregas.
“Jamais eu mandarei um projeto para a Câmara dos Deputados e para o Senado sem antes ouvir as lideranças dos partidos políticos, que são os que vão brigar lá dentro para aprovar esses projetos. Jamais nós iremos enviar um projeto sem que haja a anuência daqueles que trabalham para que as coisas deem certo no Brasil”, disse Lula. “Não terão problema na relação [com o Executivo]”, ressaltou.
Leia também
Apesar de o governo ter mantido uma convivência em geral pacífica com os ex-presidentes Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), os principais momentos de atrito aconteceram exatamente quando houve dissenso entre o governo e as lideranças partidárias, atrasando a tramitação de projetos de interesse do Executivo. Isso aconteceu com itens estratégicos, como no debate sobre o fim da desoneração da folha de pagamento e do pacote fiscal do último ano.
“Eu tenho certeza que a nossa convivência será exemplo para o futuro e para aqueles que hoje fazem parte do presente e muitas vezes não querem entender a necessidade da convivência democrática. Eu tenho a certeza de que a nossa convivência será um exemplo do fortalecimento da democracia brasileira, cada um tendo noção exata de seu papel”, acrescentou.
Motta respondeu no mesmo sentido, garantindo que “a Câmara dos Deputados (…) estará à disposição para construirmos uma pauta positiva para o país”, e que a harmonia entre os poderes “é o que o Brasil precisa”, em especial ao trabalhar na discussão de projetos enviados pelo governo ou pelos próprios parlamentares. “Me coloco 100% à disposição para, juntos, trabalharmos em favor do nosso Brasil”, concluiu.
Alcolumbre, por sua vez, afirmou que o encontro dos três presidentes é um gesto institucional à sociedade brasileira, “que espera de nós as respostas adequadas aos nossos sonhos e aos nossos desejos enquanto Poder Legislativo e Poder Executivo”. Ele também elogiou o presidente Lula, e apontou a importância do “espírito colaborativo” entre poderes. “A gente não tem tempo de criar crise onde não existe, porque o nosso tempo precisa ser aproveitado integralmente para entregar para as pessoas”, declarou.