O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), consolidou nesta quarta-feira (12) a criação do maior bloco parlamentar da atual legislatura, somando 175 deputados de nove partidos de espectros diversos. Na cerimônia de inauguração, seu líder, Felipe Carreras (PSB-PE), garantiu que um dos principais objetivos do bloco é garantir a governabilidade do presidente Lula dentro da Casa.
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A liderança do bloco funcionará por meio de um rodízio de partidos, que começa pelo PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin. “Nós do PSB, aliados de primeira hora do presidente Arthur Lira, vamos iniciar a largada desse bloco simbolizando que é um bloco que vai procurar ajudar o presidente Lula a pavimentar a governabilidade e a ter uma base sólida aqui na Câmara”, declarou Carreras.
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“Afinados com o governo”
O compromisso governista também foi declarado pelo líder da bancada do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), que ressaltou a própria estrutura do bloco, montada para atender às pautas do governo. “Decidimos que esse colegiado tomará decisões e será coordenado por um rodízio de líderes a ser iniciado por líderes experientes, compromissados com essa Casa, e que estão mais afinados com o governo”, explicou.
O bloco ainda contou, em sua inauguração, com a publicação de um manifesto conjunto elaborado pelas lideranças dos partidos que o compõem, que incluem o PSB, PDT, União Brasil, PP, PSDB-Cidadania, Solidariedade, Patriota e Avante. O documento também ressalta o interesse da aliança de colaboração com o governo. “É urgente que os interesses do Executivo e do Legislativo convirjam em torno de projetos que garantam a prosperidade do nosso povo e o papel de destaque que o Brasil merece no cenário mundial”, defendem os signatários.
PublicidadeNo primeiro momento, os partidos do bloco adotam como prioridade tanto o avanço das medidas provisórias editadas pelo governo, ainda emperradas em função do conflito entre as duas Casas legislativas, quando o avanço das reformas econômicas discutidas junto ao governo, em especial da reforma tributária, que já tramita na Câmara, e o novo arcabouço fiscal, já apresentado pelo governo mas ainda não protocolado no Congresso Nacional.
Apesar de envolver diretamente os partidos que compõem o círculo próximo de alianças de Arthur Lira, incluindo o próprio Progressistas, Carreras nega que o presidente da Câmara tenha participado do processo de consolidação. “Arthur não participou ou em nenhum momento interferiu na formação desse bloco. Foi uma construção democrática dentro da Casa”, alegou.
Logo após a inauguração, Lira parabenizou a aliança entre os partidos em suas redes sociais. “Meus parabéns aos 175 deputados (…) por conseguirem conciliar suas diferenças para formar o maior bloco parlamentar da Câmara dos Deputados. Juntos, demonstramos que diferenças ideológicas são menos importantes que os interesses maiores do Brasil”, afirmou.
Tucanos no governo
Apesar de oficialmente governista, o bloco conta com a participação de uma bancada que, após as eleições de 2022, afirmou que adotaria uma postura oposicionista em relação ao governo: a federação PSDB-Cidadania, que soma 18 deputados e assumia o protagonismo da rivalidade com o PT até 2018, quando o círculo de aliados de Jair Bolsonaro, hoje concentrado no PL, passou a exercer o papel.
Carreras avalia que a presença de tucanos no “superbloco” não deverá ser um problema ao longo dos trabalhos. “O bloco tem desde partidos da base sólida do governo a países independentes, como o PP, o PSDB e o Cidadania. Acho que a gente fazer parte desse bloco, tendo esse símbolo de estar na largada liderando, e logo após ter como líder André Figueiredo (PDT-CE) é importante para o governo, sinaliza que o governo está pavimentando uma base sólida no Congresso Nacional”.