O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) teve apenas dois votos na disputa pela presidência da Câmara, vencida pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). Kim lançou sua candidatura na tarde desta segunda-feira (1) e disse em inflamado discurso em Plenário que sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados é”para denunciar uma anti-eleição, de uma antirrepública”.
O membro do MBL afirmou que sua candidatura tem pauta única – o impeachment de Jair Bolsonaro. Grande parte do seu discurso foi voltado a expor críticas ao presidente, que chamou de “traidor” e que teria se rendido a uma política de “compadrio” em benefício próprio e de seu círculo mais próximo.
“Nem o [Michel] Temer, que teve de enfrentar duas denúncias em plenário pagou tanta emenda quanto Jair Bolsonaro”, comparou o parlamentar. Jair Bolsonaro, disse, era “aquele que ia acabar com a mamata, que ia acabar com o toma lá da cá. Acabou o toma lá toma cá”, ironizou Kataguiri, “agora é o toma lá, toma lá”.
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Em ao menos três momentos, o discurso do deputado gerou críticas de parlamentares bolsonaristas na Casa. Kataguiri dobrou a aposta: “Não tem culhão para isso [para me processar]”, disse a outro parlamentar. “Tem culhão para ficar falando na internet, chega no plenário é tudo tchutchuca do Centrão”. Ao fim de sua fala, já fora do púlpito, Kim bateu boca com Nelson Barbudo (PSL-MT).
O parlamentar de primeiro mandato tem 25 anos e, em tese, não poderia assumir a presidência da República em caso de impossibilidade de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão – a Constituição impõe o mínimo de 35 anos.
“Exatamente os mesmos que diziam que eu não estaria na linha sucessória votam num sujeito condenado em segunda instância por improbidade, votam em um sujeito réu por corrupção e lavagem de dinheiro”, argumentou o deputado, referindo-se a Arthur Lira (PP-AL), um dos favoritos para levar a presidência da Casa. “E acham que isso é ser conservador e liberal”, disse o deputado.
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