A mais nova senadora do Senado Federal, Rosana Martinelli (PL-MT), é investigada pela Polícia Federal por envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro. Segundo apurou o Congresso em Foco, a investigação contra ela continua ativa e seu processo segue em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF).
Martinelli assumiu na quarta-feira (12), na vaga de Wellington Fagundes (PL-MT), que tirou uma licença médica até outubro. Ela é a terceira suplente do político. A posse contou com a participação do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto (PL), e elogios de políticos da direita, especialmente os ligados a Jair Bolsonaro (PL).
Martinelli é investigada por ter supostamente financiado os atos golpistas que depredaram o Congresso Nacional. Segundo ela, seu passaporte foi apreendido e suas contas bancárias bloqueadas durante a investigação.
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“Tive minhas contas bloqueadas e ainda continuo com meu passaporte retido, porque defendi e continuo defendendo a minha liberdade de expressão”, disse Martinelli durante seu discurso de posse no Senado. “Eu me solidarizo com todos aqueles que tiveram seus direitos violados e espero que esta Casa possa ajudar todos os patriotas que querem a liberdade, que lutaram pela liberdade, e muitos ainda estão impossibilitados de ter essa liberdade”.
Os golpistas do 8 de Janeiro depredaram o plenário do Senado Federal, o mesmo no qual Martinelli defendeu os que ela considera “patriotas”. A fala ocasionou críticas de bolsonaristas contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) chegou a questionar: “Tem cara de terrorista?”
Os ataques foram o estopim de um movimento que contestava e tentava deslegitimar o resultado das eleições de 2022, que consagrou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República pela terceira vez desde o início dos anos 2000.
Os atos golpistas levaram à prisão ou detenção de 2.170 pessoas. Dessas, 775 foram liberadas por serem idosos e mães de crianças menores de idade, por exemplo. Nos dias seguintes, audiências de custódia foram realizadas e, até março, a maioria dos presos já haviam sido liberados em liberdade provisória.