Há uma expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro escolha esta semana o nome do novo líder do Governo no Senado. O cargo está vago desde o final do ano passado, quando renunciou da função o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Bezerra disputava a eleição para a vaga aberta no Tribunal de Contas da União (TCU) com a saída de Raimundo Carreiro, e acabou recebendo apenas sete votos, ficando atrás do vencedor Antonio Anastasia (PSD-MG), que recebeu 32 votos – e já assumiu o TCU – e de Kátia Abreu, que teve 19 votos. Bezerra sentiu-se traído pela base governista e deixou o cargo.
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Desde então, o governo vem tendo mais problemas na sua relação com o Senado, que já não era simples. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostra que o governo não está conseguindo nem mesmo reunir quórum para aprovar a sabatina de autoridades. Dois diretores indicados para o Banco Central – Renato Dias de Brito Gomes e Diogo Abry Guillen – vêm tendo a sua apreciação adiada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
No início do ano, Bolsonaro chegou a tentar colocar no cargo o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que assumiu na vaga deixada por Anastasia. Mas as reações do PSD, que caminha para a oposição negociando seja a candidatura própria à Presidência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seja nova candidatura com a filiação ao partido do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, seja o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, inviabilizaram a possibilidade.
Outros nomes estão cogitados, mas o problema é que os senadores têm pretensão de disputar governos estaduais este ano. Um nome cotado é Marcos Rogério (PL-RO), principal integrante da tropa de choque do governo na CPI da Covid. Rogério deixou recentemente o DEM e foi para o partido pelo qual Bolsonaro disputará a Presidência. Mas Rogério cogita disputar o governo de Rondônia.
A mesma situação vive o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que poderia vir a acumular a liderança do Governo no Congresso – cargo que já exerce – com a liderança no Senado. Mas Gomes é da mesma forma pré-candidato ao governo do Tocantins.
Um terceiro nome, então, pode ser o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ). O problema é que Portinho não afina com as posições de Bolsonaro sobre a pandemia da covid-19. É inclusive o autor de um projeto, já aprovado no Senado, que exige o passaporte vacinal, coisa que Bolsonaro rejeita veementemente.