Enquanto na Câmara dos Deputados o PL das Fake News tinha votação adiada nesta terça-feira (2), no Senado os aliados do presidente Lula articulavam para ter maioria na composição da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Atos Antidemocráticos. O trabalho dos governistas é para que, das 16 vagas pertencentes ao Senado, ao menos 12 fiquem sob o comando de aliados do Planalto. A CPMI, contudo, deve iniciar os trabalhos apenas na segunda quinzena de maio.
“Estou confiante que as indicações do União Brasil serão coerentes com os aliados do governo. Estou contando que teremos, da parte do Senado, de 10 a 12 membros aliados com o governo”, calcula o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso.
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Os parlamentares do União Brasil estão entre os mais procurados pelos governistas nestas últimas horas. O motivo se dá porque aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), apostam que Arthur Maia (União Brasil-BA) seja o presidente da CPMI dos Atos Antidemocráticos. Por ser oposição ao PT na Bahia e devido à relação que possui com ACM Neto (União Brasil-BA), Maia sofre rejeição do Planalto para assumir a presidência da CPMI. Apesar das articulações, Maia se mantém como o mais cotado para a vaga.
“A Câmara preside e o Senado relata, como o bloco maior é o de 172 deputados na Câmara o presidente sai dali. O nome levantado é o de Maia e é provável que ele assuma [a presidência]”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS) , Maia, apesar de possuir rejeições por parte de aliados do governo, traria equilíbrio ao colegiado.
“O que precisamos é a segurança de que quem venha a assumir essa CPMI esteja totalmente contrário aos atos de 8 de janeiro para que nunca mais isso aconteça aqui, mesmo que tenha que responsabilizar parlamentares”, reforçou.
PublicidadeNo União Brasil, os parlamentares alegam que indicar Maia para a presidência da CPMI seria um sinal de independência do parlamento. Resta a eles, agora, convencerem o Palácio.
“Indicar o Maia é uma sinalização de independência da CPMI, que irá tanto atrás de bolsonaristas que financiaram, influenciaram e atiçaram ataques aos Três Poderes, como também irá investigar omissões do governo federal”, defende o deputado Kim Kataguiri (União-SP).