O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, acatou na tarde desta terça-feira (5) a demanda dos parlamentares alagoanos e do governador de Alagoas, Paulo Dantas, por amparo à população de Maceió afetada pelas atividades da mineradora Braskem, cuja operação subterrânea de extração de sal-gema no subsolo da cidade provocou o afundamento de bairros densamente povoados.
De acordo com Paulo Dantas, os pedidos apresentados foram de custeio por parte da União para o fornecimento de apoio psicossocial à população da cidade, principalmente em decorrência do grande volume de deslocamentos forçados da população para fora da área de risco de desabamento; envio de auxílio financeiro aos pescadores e marisqueiros, cuja atividade foi comprometida pelo soterramento, por parte da Braskem, em lagoas produtivas da cidade; e a apresentação de pedido na justiça do acordo entre a empresa e a prefeitura de Maceió, que prevê, por parte da mineradora, o pagamento de R$ 1,2 bilhões em reparações, valor muito abaixo do dano provocado.
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A demanda pela participação do governo no apoio à população é uma pauta comum dentre os dois grandes blocos políticos rivais do estado, respectivamente os círculos de aliança do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Alfredo Gaspar (União-AL), coordenador da comissão externa da Câmara que acompanha o desastre ambiental, também se posicionou em defesa da atuação da União.
Renan Calheiros, que participou da reunião entre Paulo Dantas, Alckmin e diversos ministros, anunciou também que os governos estadual e federal também farão estudos para, em caso de realização de tamponamento das minas de sal-gema, utilizar para isso a areia do fundo das lagoas soterradas pela Braskem, visando desta forma recuperar os corpos d’água para a atividade pesqueira.
Ao anunciar as medidas, Renan e Paulo Dantas defenderam a exclusividade da Braskem na responsabilidade pela catástrofe em Maceió. “Apesar do apoio do governo, não podemos esquecer que a responsável por esse crime é a Braskem, que deve pagar por ele”, ressaltou Renan em suas redes sociais. Alfredo Gaspar, por outro lado, se pronunciou em plenário reafirmando que “este crime também tem o dedo da república”, relembrando que a empresa atuou com permissão da Agência Nacional de Mineração e do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas.