O senador Eduardo Girão (Novo-CE) protagonizou uma cena pra lá de inusitada em uma audiência da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal nesta quinta-feira (27). O parlamentar tentou “presentear” o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, com a réplica de um feto de 11 semanas de gestação.
Confira o momento:
Silvio Almeida recusou o presente e chamou a ação do senado de “performance” e “exploração inaceitável”. “Eu não quero receber isso por um motivo muito simples: eu vou ser pai agora. E eu sei muito bem o que significa isso. Isso pra mim é uma performance que eu repudio profundamente. Isso pra mim, com todo respeito, é uma exploração inaceitável de um problema muito sério que nós temos no país”, repudiou o ministro assim que Girão se levantou para dar o “presente”.
O senador tentou argumentar, mas foi rebatido pelo ministro. “Em nome da minha filha que vai nascer, eu me recuso a receber isso. Eu não vou receber. Em nome da minha filha, não vou receber! Isso é um escárnio! Não vou receber”, completou, indignado. Os demais senadores presentes na audiência aplaudiram o ministro de pé pela atitude.
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O feto de plástico seria uma manifestação contrária ao aborto por parte do senador. Girão questionava o ministro sobre os motivos para o Brasil não ter assinado uma declaração conjunta do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas condenando a situação na Nicarágua. Em seguida, sem qualquer relação com o tema, se levantou para entregar a réplica para o ministro. “Falando em dignidade humana”, começou Girão.
PublicidadeO senado é vice-líder da oposição no Senado Federal. A audiência na Casa foi requerida com a finalidade de Silvio Almeida apresentar as ações do Ministério. Está é a segunda vez que membros da oposição tentam constranger e enquadrar o ministro.
No dia 12, durante uma audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, bolsonaristas criticaram a comida que foi servida para os presos pelos atos golpistas que ficaram detidos no sistema carcerário do Distrito Federal. O ministro então informou que as refeições foram contratadas pelo ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, também preso após o dia 8 de janeiro. Os parlamentares mudaram de assunto.