Com 72 votos favoráveis, dois contrários e três abstenções, senadores elegeram em plenário há pouco a chapa única que concorria aos cargos da Mesa Diretora do Senado, presidida por Davi Alcolumbre (DEM-AP). Os parlamentares que conduzirão os trabalhos na Casa para o biênio 2019-2020 são: Antonio Anastasia (PSDB-MG) na 1ª Vice-Presidência; Lasier Martins (Podemos-RS) na 2º Vice; Sérgio Petecão (PSD-AC) na 1ª Secretaria; Eduardo Gomes (MDB-TO) na 2ª Secretaria; Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na 3ª Secretaria; e Luis Carlos Heinze (PP-RS) na 4ª Secretaria.
A novidade é que cada um dos postos de comando será ocupado por um partido diferente. Eleitos na mesma chapa, os suplentes de secretaria escolhidos são os senadores Marcos do Val (PPS-ES), Weverton (PDT-MA), Jaques Wagner (PT-BA) e Leila Barros (PSB-DF).
Ao incluir Flávio Bolsonaro entre os membros da Mesa, os colegas senadores sinalizam a relativização das denúncias que complicam o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro. Enrolado em investigação sobre movimentações financeiras atípicas detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Flávio foi bancado pelo líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), e foi brindado com um silêncio unânime sobre o caso durante a escolha de plenário nesta quarta-feira (6).
Leia também
A formação do colegiado fica marcada pelo fim da hegemonia do MDB, agora ocupante de posto secundário cujo titular tem, entre suas atribuições, a responsabilidade de lavrar atas de sessões secretas (a própria eleição para presidente do Senado, a votação de vetos e escolha de autoridades).
Publicidade
Ficaram de fora dos postos da Mesa os cinco nomes do MDB vetados por Davi Alcolumbre. O presidente do Senado sequer aceita conceder o comando de comissões temáticas ao “clube dos cinco”, a maioria alvo de denúncias de corrupção.
Não por coincidência, caciques da legenda: Renan Calheiros (AL), derrotado por Davi Alcolumbre, Jader Barbalho (PA), Eduardo Braga (AM), Fernando Bezerra (PE) e José Maranhão (PB), aliado de Renan que presidiu a sessão de votação secreta assim determinada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.
Agora, a disputa será pelo comando das comissões temáticas, mas a mais importante do Senado, a Comissão de Constituição e Justiça, deverá ficar sob a chefia de Simone Tebet (MS). A senadora, que dá sinais de que pode deixar o MDB, em um primeiro momento foi derrotada por Renan na escolha interna da bancada como nome do partido para disputar a Presidência do Senado. Mas, em seu primeiro mandato, ela surpreendeu os colegas ao renunciar à disputa como candidata avulsa em favor de Davi Alcolumbre. A decisão da senadora, anunciada em plenário, foi apontada como determinante para a vitória do colega amapaense já em primeiro turno.
Os 42 votos conquistados por Alcolumbre (um a mais que o necessário para dispensar segundo turno) foram o ápice da derrota de Renan, que disparou críticas contra os novatos da Casa e trocou insultos, aos gritos, com Tasso Jereissati (PSDB-CE). Antes da desistência do senador veterano, que provocou uma explosão de festejo em plenário, estava em curso a disputa mais acirrada da história do Senado.
Veja como ficou a composição da Mesa:
Veja: 1º vice-presidente: Antonio Anastasia (PSDB-MG)
2º vice-presidente: Lasier Martins (Podemos-RS)
1º secretário: Sérgio Petecão (PSD-AC)
2º secretário: Eduardo Gomes (MDB-TO)
3º secretário: Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)
4º secretário: Luis Carlos Heinze (PP-RS)
1º suplente: Marcos do Val (PPS-ES)
2º suplente: Weverton Rocha (PDT-MA)
3º suplente: Jaques Wagner (PT-BA)
4º suplente: Leila Barros (PSB-DF)
> Partidos concluem indicações de líderes no Senado. Veja quem são os escolhidos
> Com renovação histórica, Congresso assume com o desafio de superar velhas práticas