Em reportagem publicada na manhã deste sábado, 25, o site The Intercept Brasil apontou que o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, financiou a construção de prédios ilegais feitos pela milícia carioca com dinheiro desviado das “rachadinhas” em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A reportagem foi feita com base em documentos de uma investigação sigilosa conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro que apura se Flávio Bolsonaro cometeu os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato.
Em nota publicada no começo da tarde de sábado, o MP do Rio de Janeiro também contestou informações da reportagem.
“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), esclarece que, em relação à matéria publicada no site Intercept “Rachadinha de Flávio Bolsonaro financiou prédios ilegais da milícia no Rio”, veiculada neste sábado (25/04), a publicação não retrata a verdade dos fatos. E que, em razão do sigilo decretado nas investigações, não é possível fornecer outras informações no momento”, diz a nota.
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O que a reportagem diz é que o MP cruzou dados bancários de 86 pessoas e apontou que hoje o senador colhe os lucro dos investimentos ilegais feitos com dinheiro desviado da Assembleia. O intermediário entre os desvio do gabinete e os investimentos em obras da milícia era o ex-assessor da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz.
De acordo com a reportagem, o dinheiro era levado por Queiroz ao ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, apontado como chefe do Escritório do Crime e morto recentemente em uma operação da polícia baiana.
Segundo as investigações, milicianos ligados a Adriano da Nóbrega usavam nomes de laranjas para abrir empresas de construção civil e dar um verniz de legalidade às atividades criminosas.
Defesa refuta acusações
O senador não se manifestou para o Intercepet. Ao Congresso em Foco, o advogado de Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef, refutou as acusações da reportagem. Para ele, o senador é vítima de “uma armação, um ardil asqueroso dos socialistas que não param até derrubar esse governo”.
O advogado sustentou que não há rachadinha e não existe qualquer vínculo entre Flávio Bolsonaro e as denúncias apresentadas pelo Intercept. Segundo Wassef, o material que sustenta a reportagem é uma denúncia em desfavor de Adriano da Nóbrega que não cita o senador.
O advogado ainda defendeu Adriano, afirmando que não há uma única condenação que vincule o ex-PM a atos ilícitos. “Não podemos permitir que no Estado Democrático de Direito um cidadão, um oficial da Polícia Militar, tenha a pecha de miliciano”. O advogado finalizou dizendo que Adriano foi sequestrado, torturado e assassinado pelas forças policiais da Bahia.
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