A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas perpetrada em 8 de janeiro de 2023 não irá realizar a audiência de quinta-feira (5). O depoente da vez seria o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior do Batalhão de Policiamento de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal.
A razão para o cancelamento ainda não foi divulgada, mas com o cancelamento estão finalizadas as oitivas da CPMI, que ouviu o total de 20 pessoas para investigar quem financiou, articulou e executou uma série de atos antidemocráticos que culminaram na depredação da Praça dos Três Poderes pelas mãos de bolsonaristas revoltados com o resultado das eleições presidenciais de 2022.
A presença de Beroaldo na condição de testemunha foi feita via requerimento do deputado Ramagem (PL-RJ). Durante o dia 8, o policial atuou para conter os vândalos e chegou a ser promovido por ato de bravura. No entanto, a vinda do militar era considerada um tanto redundante pela própria Comissão, pois a cabo Marcela Pinno já havia prestado um depoimento sobre a atuação da polícia durante o quebra-quebra.
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O cancelamento da oitiva segue a mesma toada da quinta-feira passada (28), quando a Comissão ouviria Alan Diego dos Santos Rodrigues, envolvido no atentado à bomba no aeroporto de Brasília na véspera de Natal do ano passado. A sessão foi cancelada em virtude da previsão de baixo quórum da sessão e porque o tema foi explorado com duas oitivas que colheram depoimentos de George Washington e Wellington Macedo.
O fim dos depoimentos abre caminho para que o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) seja lido, discutido e votado já no dia 17 deste mês. Portanto, a semana que vem não conta com nenhuma audiência da CPMI, que já demonstrava sinais de esvaziamento desde setembro.
O presidente da CPMI, Arthur Lira (União-BA), divulgou na terça (3) que a oposição prepara um relatório paralelo sobre o dia 8. Maia tentou colocar em votação ontem o depoimento do comandante das Força Nacional de Segurança Pública, Sandro Sales, mas a maioria do colegiado misto rejeitou o pedido.
Com isso, a oposição perdeu um dos depoimentos mais aguardados dentro da estratégia de parlamentares alinhados ao bolsonarismo, que procuram acusar o ministro da Justiça, Flávio Dino, de omissão por não ter acionado o órgão de segurança durante o dia das manifestações ilegais. Assim sendo, a CPMI se esgota na reta final por não trazer mais nomes de peso para as narrativas de ambos os lados.