Trabalhando com a contabilidade feita em conjunto com o Palácio do Planalto, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) calculava que o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) será reeleito para o cargo com uma votação entre 46 e 50 votos.
Como antecipara o Congresso em Foco, mais do que de fato conseguir obter uma vitória, a estratégia dos senadores de oposição era enfraquecer ao máximo a vitória de Rodrigo Pacheco, de modo a fazer com que isso enfraquecesse também o poder do presidente Lula dentro do parlamento. E, nesse sentido, a primeira estratégia era fazer com que Pacheco tivesse menos de 50 votos. Se a contabilidade de Randolfe, líder do governo no Congresso e aliado de Pacheco, estiver correta, esse objetivo, então, teria sido alcançado.
Oficialmente, a oposição trabalha com a chance de vitória de Rogério Marinho (PL-RN). De acordo com uma fonte do PL, na noite de terça-feira, o partido trabalhava com uma vitória com uma margem de quatro votos sobre Pacheco.
Curiosamente, um fator que poderia vir a tirar votos de Marinho é que há um segundo candidato de oposição, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE). Em entrevista ao Congresso em Foco, Girão afirma que o objetivo é, de fato, tornar menos forte a posição de Lula e do Poder Judiciário sobre o Congresso.
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“O Senado se torna o último bastião para que se tente um reequilíbrio entre os poderes”, afirma Girão. “A atual presidência do Senado está sendo bancada pelo presidente Lula e, pelo que temos lido na mídia, ministros do STF estariam ligando para senadores pedindo votos”.
Girão justifica o fato de existirem duas candidaturas de oposição, já que ele acaba tirando votos de Rogério Marinho e vice-versa. “São propostas diferentes. Faz parte da democracia. Minhas pautas têm sido claras: corte de privilégios, desengavetar requerimentos que a sociedade clama, como a CPI Lava-Toga e o impeachment de ministros do Supremo”, argumentou. “Mas eu tenho muita responsabilidade sobre o meu papel e estou muito ciente da necessidade de renovação”, completou.