Diversos parlamentares se pronunciaram no plenário da Câmara dos Deputados para se manifestar sobre a fala do apresentador Ratinho, que incitou em seu programa o fuzilamento da deputada Natália Bonavides (PT-RN) por conta de um projeto de lei de sua autoria que retira o termo “marido e mulher” nas cerimônias civis de casamento. A postura do apresentador foi amplamente repudiada.
O primeiro parlamentar a se pronunciar foi Otoni de Paula (PSC-RJ). O deputado alegou ser antagônico ao projeto, mas que discordâncias políticas não justificam discursos violentos. “Hoje, é para metralhar uma deputada do PT, da esquerda. Amanhã, é uma deputada bolsonarista. Portanto, apesar de toda divergência que podemos ter nesta casa, ela é plural”, declarou. O deputado também defendeu a postura da deputada de acionar a justiça contra o apresentador, e solicitou uma postura rápida da Procuradoria Parlamentar.
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O líder da minoria, Marcelo Freixo (PSB-RJ), também se manifestou sobre o ocorrido. “Esta casa, enquanto instituição, tem que responder. (…) Nós não podemos, a partir de uma opinião divergente, ter uma deputada sendo ameaçada. (…) Não pode um profissional de comunicação em um canal com concessão fazer uma ameaça de morte. (…) Esse é o país que já teve Mariele, onde isso não é simbólico”.
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (sem partido-AM), elogiou a postura dos deputados em se posicionarem ao lado da parlamentar ameaçada, e ressaltou a importância de uma ação rápida por parte da Procuradoria Parlamentar. “A Câmara realmente precisa tomar providências em relação a essa atitude e, em nome da mesa diretora, quero prestar solidariedade à deputada Natália e dizer que tomaremos todas as providências necessárias”, anunciou.
Erika Kokay (PT-DF) também se posicionou ao lado da deputada. “Se incitou o ódio, se incitou o crime. As palavras não têm inocência, a palavra vira bala, e vira hematoma. (…) Independente do que ela falou, não pode ser agredida dessa forma”.
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