Após a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) pela redução de 0,5% na taxa básica de juros (Selic), não demorou para que parlamentares da base do governo se manifestassem. Apesar do aceno positivo vindo de quadros do PT no governo, parlamentares petistas se queixam do ritmo com que a queda dos juros vem acontecendo.
Esta foi a terceira reunião seguida em que o Copom optou pela redução na taxa, que no início do ano era de 13,75%. Alexandre Padilha, secretário de Relações Institucionais do governo, se pronunciou exaltando o resultado, que ao seu ver reforça o ambiente de melhora econômica produzida pela política econômica do governo Lula, conduzida pelo ministro Fernando Haddad [Fazenda] junto às aprovações do Congresso Nacional, [que] permitiram a construção dessa trajetória descrente da taxa de juros no nosso país”.
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José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, também agradeceu o que considera uma “medida fundamental para continuarmos no caminho do crescimento econômico”. Por outro lado, cobrou o BC por decisões mais contundentes, solicitando que “agilize a redução para não comprometer as metas de crescimento de 2024”.
Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, foi mais incisiva ao manifestar sua insatisfação. “Diante da realidade da economia e da urgência na retomada do crescimento, a redução da taxa Selic teria de ser necessariamente maior e mais rápida. Não faz o menor sentido o ritmo de conta-gotas que o BC de Campos Neto vem impondo nas reuniões do Copom. É muita irresponsabilidade com o país”, publicou em suas redes.
Coordenador da frente parlamentar Juros Baixos Já, Lindbergh Farias (PT-RJ) também foi direto em sua crítica ao presidente do BC. “Era necessário um corte maior para enfrentar a possibilidade de uma retração da economia. Mas, parece que o BC de Campos Neto trabalha deliberadamente para desacelerar a economia”, declarou.
Mesmo com as críticas, não haverá mudança em breve na taxa de juros. As reuniões do Copom acontecem somente a cada 45 dias, sendo a próxima prevista para acontecer em meados de dezembro.
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