O deputado federal Átila Lira (PI) criticou o PSB pela decisão de o expulsar da legenda. “Entrei no partido pelas mãos de Eduardo Campos, após a morte dele o PSB perdeu o rumo”, disse ao Congresso em Foco.
Lira foi o único dos dez dissidentes do PSB que votaram pela reforma da Previdência que foi expulso do partido em reunião do diretório nacional pessebista desta sexta-feira (30). A justificativa da expulsão apenas de um deputado foi pelo fato de Lira ter um histórico de desobedecer a orientação do PSB.
Os outros nove deputados foram suspensos por um ano da sigla e estão proibidos de participar de comissões na Câmara dos Deputados e exercer cargo de líder, vice-líder ou participar de diretórios municipais, estaduais e nacional da sigla.
O deputado expulso era filiado ao PSB desde 2007, antes ele era deputado federal pelo PSDB.
O ex-governador de Pernambuco e ex-presidente do PSB Eduardo Campos, morto em 2014 em acidente aéreo, iniciou um movimento de filiação em massa ao PSB para impulsionar sua candidatura a presidente. Muitos dos filiados não tinham identidade programática com o partido.
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A gestão do presidente Carlos Siqueira tem procurado eliminar os congressistas do partido que não seguirem as orientações pessebistas.
Na votação da reforma trabalhista em 2017, o partido expulsou os deputados que votaram a favor do projeto do então presidente Michel Temer (MDB). Uma das expulsas é a ministra da Agricultura do presidente Jair Bolsonaro, Tereza Cristina, hoje filiada ao DEM.
O deputado do Piauí afirmou que ainda não sabe qual será sua nova sigla porque de acordo com ele acreditava que o PSB iria mantê-lo na legenda.
O agora ex-pessebista não estava presente na reunião de hoje da legenda em Brasília, mas enviou sua defesa por escrito.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou ao Congresso em Foco que todos os deputados processados entregaram por escrito suas defesas antes da reunião. O único que não fez isso por iniciativa própria foi Rodrigo Coelho (PSB-SC), mas a legenda contratou um advogado para elaborar a defesa dele.
Na votação do 1º turno da reforma previdenciária, 11 deputados do partido desobedeceram a orientação partidária e votaram a favor do texto que muda as aposentadorias.
No 2º turno esse número diminuiu porque o deputado professor Luiz Flávio Gomes mudou o voto, o caso dele foi arquivado e não será analisado na reunião do diretório nacional.
O PDT também abriu um processo no conselho ética contra os deputados que votaram pela Previdência. Foram oito os pedetistas que desobedeceram a orientação da sigla. No entanto, a decisão da sigla deve demorar mais e ficar para meados de setembro.