O Democratas decidiu, na noite desta segunda-feira (14), pela expulsão do deputado federal Rodrigo Maia (sem partido-RJ) dos quadros do partido. Ex-presidente da Câmara dos Deputados entre 2016 a 2021, Maia havia sinalizado um rompimento público com a legenda desde o início do ano, quando viu o candidato que lançou para sucessão ser preterido por Arthur Lira (PP-AL). Lira foi eleito com margem ampla para o comando da Casa.
Em uma nota publicada nas redes sociais, a sigla indicou que houve entendimento de que Maia cometeu infração disciplinar passível de expulsão do cargo. Relatora do caso dentro do partido, a deputada federal Professora Dorinha Seabra Rezende (TO) deu parecer favorável à saída dele.
Nota Oficial
Em reunião realizada nesta segunda-feira (14), a Executiva Nacional do Democratas decidiu expulsar o deputado Rodrigo Maia (RJ) de seu quadro de filiados.
Publicidade— Democratas (@democratas) June 14, 2021
O atrito de Maia com a legenda ficou claro dias antes da eleição para a presidência da Câmara e do Senado, no início de fevereiro. Na ocasião, com o partido rachou entre o apoio a Lira ou a Baleia Rossi (MDB-SP), candidato então apoiado por Maia. Nas semanas seguintes as divergências cresceram de maneira intensa entre Maia e ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas.
Em entrevista ao jornal ‘Valor Econômico’, poucos dias após a eleição, Maia disse que “um antigo amigo entregou a cabeça numa bandeja ao Planalto”, referindo-se às supostas negociações de ACM com Bolsonaro. O ex-presidente da Câmara também chamou o DEM de “extrema-direita”
Em seu Twitter, Maia chamou ACM de “desleal” e o comparou a Tomás de Torquemada, inquisidor espanhol do século XV cujo nome virou sinônimo de crueldade
O DEM decidiu me expulsar de seus quadros. O presidente Torquemada Neto, usando o seu poder para tentar calar as merecidas críticas à sua gestão, tomou essa decisão. É lamentável o caminho imposto pelo Torquemada para o partido.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) June 15, 2021
“Não só por isso, mas também pela sua deslealdade e falta de caráter, pedi a minha desfiliação. O partido diminuiu. Virou moeda de troca junto ao governo Bolsonaro”, escreveu o deputado. “Agora é virar a página e juntar forças para um projeto de desenvolvimento do Brasil e em prol dos brasileiros.”
O destino do parlamentar fluminense deverá ser o PSD, legenda comandada por Gilberto Kassab e que já conta com Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, como um de seus recentes filiados. Paes, assim como Maia, saiu do Democratas por discordâncias quanto às atuações da legenda.
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