A CPI da Covid deve ler, no dia 19 de outubro, o relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL), sintetizando mais de 60 reuniões e as descobertas feitas pela comissão sobre o combate à pandemia. Nos sete dias seguintes, a CPI deve entregar o resultado a pelo menos quatro órgãos diferentes.
No dia 20 de outubro, o relatório de Renan Calheiros deve ser votado e aprovado pela maior parte dos 11 membros da comissão. No dia seguinte, 21 de outubro, o texto deve ser entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), a única que pode apresentar denúncia contra o presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia 26, os senadores devem apresentar o texto à Procuradora da República no Distrito Federal, além de entregar o texto ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira(PP-AL) – ainda não está certo, no entanto, se Lira os receberá.
Entre os dias 27 e 28, o texto deve ser entregue ao Ministério Público do estado de São Paulo, que hoje promove uma força-tarefa contra a Prevent Senior.
Queiroga pode evitar depoimento final
O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), indicou na noite desta quinta-feira (7) que o depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pode não ocorrer como combinado no dia 18 de outubro.
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Para isso, basta que o ministro responda às questões encaminhadas pela comissão à pasta – estes questionamentos, que deveriam ser respondidos em 48h, acabaram sem resposta até o momento.
Para tal, segundo Randolfe, Queiroga teria de se comprometer a demonstrar que não há interferência presidencial em assuntos técnicos e que haverá vacinação de crianças e adolescentes; que há vacinas compradas para o ano de 2021 e qual sua quantidade; e que a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) pode votar questões com independência.
O depoimento de Queiroga seria o seu terceiro durante a CPI da Covid, desde a abertura dos trabalhos em maio. Ele está previsto para ocorrer um dia antes da leitura do relatório final da CPI da Covid, marcado para o dia 19 de outubro.
Para Bolsonaro, senadores “dormiram” em 2020
Em sua live semanal na noite desta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a provocar os líderes da CPI da Covid. Em seu discurso, Bolsonaro disse que os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros “ficaram dormindo” durante todo o ano de 2020, e que deixaram de apresentar propostas para o enfrentamento da pandemia durante este ano. O presidente, que deve ser indiciado pelo relatório final da comissão, manteve seu posicionamento em oposição à comissão.
O vídeo da live acabou retirado pouco depois da transmissão, pelo próprio canal do presidente.