Os senadores que integram o chamado G7, grupo majoritário da CPI da Covid, se articulam para pressionar pelo impeachment do procurador-geral da República, Augusto Aras, caso ele decida pelo arquivamento das denúncias apresentadas no relatório final da comissão.
A leitura do texto ocorreu na quarta-feira (21) e a previsão é de que ele seja votado na próxima terça-feira (26).
O procurador-geral receberá o documento tão logo ele seja aprovado. A partir daí, deve analisar os pedidos de indiciamento por nove crimes atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro. Também é função de Aras analisar os pedidos para indicar os demais nomes citados no relatório que tenham foro privilegiado em função do cargo que ocupam. Entre esses nomes estão os de Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente, além outros quatro ministros do governo e cinco deputados federais.
Segundo o jornal O Globo, os parlamentares pretendem acompanhar de perto os próximos passos de Aras que possam resultar em ação penal no STF. Eles querem garantir o seguimento dos pedidos de indiciamento dos investigados pela CPI. No caso de omissão, procrastinação ou arquivamento das indicações de indiciamento do relatório, os senadores também irão dar início a um pedido de impeachment no Congresso contra o PGR.
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O G7 planeja, ainda, a criação de um observatório em forma de frente parlamentar após a entrega do relatório para acompanhar o andamento do inquérito na justiça. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou, na terça, que haverá um projeto semelhante por parte dos governistas.
“Vai ter um grupo para dar sequência ao trabalho da CPI naquilo que a CPI não fez: acompanhando os estados e a CPI do Rio Grande do Norte. Lá, estão investigando o escândalo que o senado deixou de acompanhar aqui, no caso do Consórcio Nordeste”, concluiu Rogério.
PublicidadeFlávio vai à Aras contra Renan
Enquanto o G7 articula pressões sobre a PGR, a ala governista no Senado deposita no órgão a esperança de conseguir o arquivamento dos pedidos de inquéritos.
Ainda dentro das estratégias da base para barrar o avanço das apurações a partir do relatório final da CPI, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) planeja encaminhar uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL). O filho do presidente da república acusa Renan de 20 crimes supostamente praticados ao longo de seus trabalhos na CPI. Entre eles, está a prevaricação, estelionato, injúria e difamação.
Na última quarta-feira (20), Marcos Rogério afirmou que, uma vez chegando à procuradoria, o relatório de Renan seria arquivado por inconstitucionalidade.
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