O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que comandou a pasta em dez dos quinze meses da pandemia de covid-19, e é peça chave para as investigações da condução do governo durante o período, deve comparecer à CPI da Covid na próxima quarta-feira (19). No entanto, a Advocacia Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que Pazuello pudesse ficar calado em seu depoimento na comissão no dia 19.
O recurso hoje utilizado por apoiadores do governo, já foi criticado por bolsonaristas no passado.
O atual ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, disse em 2015 que em CPI “quem se vale do direito ‘ficar calado’ tem coisa a esconder , só bandido usa disso”. Na ocasião, a fala de Onyx foi direcionada a Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras condenado pela operação Lava Jato.
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Cervero ouviu de mim que em CPI quem se vale do direito “ficar calado “tem coisa a esconder , só bandido usa disso pic.twitter.com/FHOpKqsmtz
— Onyx Lorenzoni 🇧🇷 (@onyxlorenzoni) May 11, 2015
O filho do presidente Jair Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), chamou de “covarde” um depoente em uma CPI que usou do direito dado pelo habeas corpus de ficar calado. “Não tem um pingo de vergonha na cara de falar o que bem quiser no Palácio do Planalto, e chega aqui na frente das pessoas destinatárias da sua fala, e fazer essa cara de paisagem”. Veja:
AQUI MAIS UM EXEMPLO PARA EX MINISTRO PAZUELLO NÃO FICAR DESMORALIZADO! pic.twitter.com/fhjU7uvmNQ
— Senador Kajuru (@SenadorKajuru) May 14, 2021
Já é a segunda vez que o ex-ministro tenta se esquivar do colegiado. O primeiro depoimento de Eduardo Pazuello estava marcado para o dia 6 de maio, mas ele não compareceu alegando ter tido contato com dois infectados pela covid-19. Porém, no dia em que deveria estar na CPI, Pazuello recebeu em sua casa o ministro Onyx Lorenzoni.
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