O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (15) o arquivamento do pedido de cassação do deputado Delegado da Cunha (PP-SP), acusado de agredir a ex-companheira. Por 13 votos a cinco (veja mais abaixo como cada um votou), a maioria dos integrantes do Conselho de Ética decidiu seguir o posicionamento do relator, Albuquerque (Republicanos-RR), que propôs uma censura verbal ao deputado.
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Conforme o Código de Ética da Casa, a censura verbal será aplicada pelo presidente da Câmara, em sessão, ou por presidente de comissão, durante suas reuniões, ao deputado que atentar contra as regras de boa conduta nas dependências da Casa.
O deputado é réu por lesão corporal e violência doméstica contra a ex-companheira Betina Grusiecki. Conforme reportagem veiculada no Fantástico no dia 17 de março, a vítima gravou as ameaças do parlamentar, cuja última agressão aconteceu em 13 de outubro do ano passado, em Santos. Em um momento do vídeo, o parlamentara diz à ex: “Pode parar, senão vou te matar aqui”. A maioria dos integrantes do Conselho de Ética entendeu que o episódio ainda está sob investigação, daí a necessidade de aguardar os desdobramentos.
O deputado ganhou projeção e notoriedade ao gravar vídeos para o YouTube registrando operações policiais, mesmo encenando algumas ações, como o suposto flagrante em que prendia um sequestrador em 2021. Membro da bancada da bala, o deputado ameaçou atirar na ex-companheira, com quem esteve casado por três anos. “Vou encher tua cara de tiro”, diz o Delegado da Cunha em trecho do vídeo gravado por Betina.
Depois da aprovação da censura, o deputado pediu desculpas à ex-companheira e aos filhos. “Quero publicamente me desculpar, não admitindo o erro, eu e a minha ex-companheira estamos sendo punidos por todo esse desgaste público”, disse. Ele, contudo, voltou a negar que agrediu a ex-companheira.
“Desde o princípio, eu afirmei que não pratiquei nenhuma agressão. Eu, que sou professor de defesa pessoal da Academia de Polícia, e minha ex-companheira, que é lutadora, dada a discussão exaltada que ocorreu… Ocorreram, sim, uma discussão e uma troca mútua de agressões verbais,
não só da minha parte. O motivo da discussão foi o desgaste, que já ocorria há algum tempo”, afirmou. “Depois dessa discussão, o meu único ato foi o de contenção”, acrescentou.
Votaram pelo arquivamento do pedido de cassação e a favor da censura ao Delegado da Cunha:
Albuquerque (Republicanos-RR)
Alexandre Leite (União-SP)
Delegado Fabiano Costa (PL-AL)
Domingos Sávio (PL-MG)
Júlio Arcoverde (PP-PI)
Junior Lourenço (PL-MA)
Leur Lomanto Jr. (União-BA)
Luciano Vieira (Republicanos-RJ)
Márcio Marinho (Republicanos-BA)
Paulo Magalhães (PSD-BA)
Ricardo Maia (MDB-BA)
Rosângela Reis (PL-MG)
Sidney Leite (PSD-AM)
Votaram pela cassação
Ana Paula Lima (PT-SC)
Chico Alencar (Psol-RJ)
Jack Rocha (PT-ES)
Jilmar Tatto (PT-SP)
Josenildo (PDT-AP)