Os partidos que fecharam aliança com a candidatura do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) a presidente do Senado negociam espaços em presidências de comissões e cargos na mesa diretora da Casa. Pela regra da proporcionalidade, as maiores bancadas têm preferência na ocupação dos espaços.
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O PSD, maior partido do bloco de Pacheco, com 11 senadores, quer manter a 1ª vice-presidência do Senado, que hoje ocupa com Antonio Anastasia (PSD-MG), e a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), atualmente presidida por Omar Aziz (PSD-AM). A legenda também deseja conquistar a presidência da Comissão de Infraestrutura.
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Já o PP, o segundo maior partido a apoiar o mineiro, com sete senadores, deve levar o comando da Comissão de Relações Exteriores (CRE), importante porque sabatina as indicações do governo para embaixadas. O PP é uma das principais siglas da base do Planalto.
Os seis senadores do PT, que são o terceiro maior partido da aliança do senador do DEM, pediram a presidência da Comissão de Direitos Humanos (CDH) e da Comissão de Meio Ambiente (CMA), além de um cargo na mesa diretora, mas que ainda não está definido qual é.
A candidatura de Pacheco é patrocinada pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) barrou a sua tentativa de reeleição, o senador do Amapá agiu para transferir ao mineiro o apoio que antes tinha na disputa.
Com exceção do MDB, que sinalizava apoiar a reeleição de Davi, mas agora concorre com Simone Tebet (MDB-MS), todos os outros partidos que apoiavam a recondução do atual presidente estão com Pacheco. Nesse grupo se encontram desde o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, até os seis senadores do PT.
Davi Alcolumbre foi convidado por Bolsonaro para assumir um ministério. No entanto, o Congresso em Foco apurou que o martelo sobre isso ainda não foi batido e nem qual pasta seria.
Aliados próximos do presidente do Senado veem os rumores de que ele teria sido escolhido para assumir o Ministério de Desenvolvimento Regional como uma forma de desgastar o senador e o ministro da pasta Rogério Marinho.
O bloco de Simone Tebet tem MDB, Cidadania e Podemos, o que dá a ela um grupo de 27 senadores sem considerar as dissidências. Há também três senadores tucanos que a apoiam.
Já as alianças de Pacheco (DEM, PSD, PT, PP, PL, PSC, Republicanos e Pros) são de 38 senadores, faltando apenas três votos para poder ser eleito caso não sejam consideradas as traições. No PSDB, o mineiro tem apoio de quatro senadores, o que em tese já o tornaria eleito, mas pode haver dissidências nos outros partidos.
Alguns exemplos de dissidências podem ser encontradas no Podemos, onde mesmo o partido recomendando voto a Simone, os senadores Romário (Podemos-RJ) e Marcos Do Val (Podemos-ES) apoiam Pacheco, e no PP, onde o senador Esperidião Amin (PP-ES) não vai seguir a orientação da legenda de apoiar o senador do DEM e vai votar em Simone.
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