A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (8), convites para que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor-chefe especial da Presidência da República, Celso Amorim, compareçam ao colegiado para esclarecer a crise envolvendo a eleição presidencial na Venezuela, realizada em 28 de julho.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela informou que o presidente Nicolás Maduro, no cargo desde 2013, foi reeleito para um terceiro mandato com 51,95% dos votos, enquanto o candidato opositor Edmundo González Urrutia recebeu 43,18%. A oposição, no entanto, alega ter vencido a eleição.
A Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos e a União Europeia não reconhecem o resultado divulgado pela Venezuela e exigem a publicação das atas eleitorais. O Brasil, junto com México e Colômbia, também está pressionando o governo de Maduro a apresentar essas atas. Outros países latino-americanos, como Argentina, Chile, Uruguai e Peru, reconheceram a vitória de González Urrutia e tiveram seus diplomatas expulsos por Maduro.
O convite para Celso Amorim foi feito pela senadora Tereza Cristina (PP-MS). O ex-ministro foi a Caracas para acompanhar as eleições, deverá comparecer à CRE na próxima quinta-feira (15).
Tereza Cristina considera que as eleições na Venezuela ocorreram “em um contexto politicamente sensível” e afirma que é crucial que o representante do governo explique sua missão oficial, assegurando que as ações do Brasil estejam alinhadas com os interesses nacionais e com os princípios democráticos e de respeito à soberania dos países vizinhos.
O convite para Mauro Vieira foi proposto pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). A data para o depoimento do ministro das Relações Exteriores ainda será definida, mas deve acontecer em duas semanas.
PublicidadeCiro Nogueira criticou “o silêncio do Brasil diante da crise e das graves suspeitas de fraude nas eleições presidenciais”. Ele destacou que surgiram alegações sérias de fraude, com observadores internacionais e grupos de direitos humanos apontando irregularidades, que vão desde a manipulação dos resultados até a intimidação de eleitores e a exclusão de candidatos opositores. (Com informações da Agência Senado)