A saída do então líder do PDT no Senado, Cid Gomes, para o PSB não somente marcou o rompimento do senador com seu irmão, Ciro Gomes, como também deixou o partido em uma situação delicada no Congresso. Com somente dois senadores filiados ao PDT, a sigla tenta buscar um novo nome para não perder seu gabinete no Senado.
A tarefa, no entanto, tem se mostrado difícil. Com a proximidade das eleições municipais, muitas alianças já foram fechadas e há pouco espaço para atrair um senador para a bancada pedetista. As articulações para atrair um senador estão sendo realizadas pelos dois senadores restantes do PDT: Weverton (MA) e Leila Barros (DF).
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O Congresso em Foco apurou que apesar dos esforços o próprio partido vê como poucas as chances de conseguir filiar mais um senador antes do prazo para perder o gabinete. Por regra do regimento interno do Senado, um partido precisa ter ao menos 3 senadores para ter direito a um gabinete de liderança.
Cid Gomes deixou o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) no último domingo (4). Com isso, deu início o prazo de 90 dias para o o PDT aumentar seu número de senadores ou deixar o gabinete de liderança.
Situação similar aconteceu com o PSDB. O partido perdeu integrantes no Senado em 2023 e, depois de tentar filiar Marcos do Val (Podemos-SE) – que foi rejeitado pela cúpula tucana -, o partido perdeu seu gabinete de liderança, que tinha desde 1988.
Com a saída de Cid, o PDT tem o mesmo número de senadores que o PSDB. Em seguida, vem o Novo, com somente um representante na Casa Alta: Eduardo Girão (CE). O PSB, por outro lado, fica com cinco senadores.
PublicidadeRacha do PDT
A saída de Cid Gomes se deu depois de um racha no partido envolvendo os irmãos Gomes, que chegaram a sigla juntos em 2015. Cid e Ciro estão em guerra desde o fim das eleições de 2022, que terminou com Ciro amargando sua pior derrota de sua carreira política, ficando em quarto lugar, atrás de Simone Tebet (MDB).
Depois disso, Cid e Ciro passaram a disputar o controle do diretório estadual do PDT no Ceará, principal reduto do partido. Cid era o presidente estadual da sigla, enquanto Ciro é o vice-presidente do partido. A disputa se acirrou com o afastamento de Cid do comando estadual com o apoio de seu irmão.
Outro ponto de desentendimento era o apoio de Cid ao governo Lula (PT). O petista venceu as eleições de 2022, nas quais Ciro competiu.
Além de Cid, outros nomes importantes do PDT no Ceará, como a ex-governadora Izolda Cela e prefeitos, também deixaram o partido e migraram para o PSB, nas vésperas das eleições municipais.