O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, avaliou, em entrevista ao jornal O Globo nesta sexta-feira (11), que o partido foi vítima da polarização nestas eleições. O partido que hoje tem 8 parlamentares na Câmara só elegeu 3 nestas eleições. Seu principal expoente, o empresário João Amoêdo, declarou voto no presidente eleito Lula (PT) e o partido, cercado de bolsonaristas, se viu em uma situação difícil.
“Não fomos bem no Legislativo. Tínhamos uma expectativa de crescer as bancadas estaduais e a federal. Não foi o que aconteceu. Fomos vítimas da polarização”, disse. “Mas conseguimos uma ótima reeleição em Minas Gerais com o governador Romeu Zema [reeleito] no primeiro turno, que se consolida como uma grande liderança nacional”, completou Eduardo Ribeiro.
Recentemente, João Amoêdo, que chegou a disputar a Presidência da República pelo partido, chegou a ter sua filiação suspensa como punição ao voto petista. Eduardo Ribeiro, na entrevista ao jornal, dá a entender que o partido ainda se recupera do baque eleitoral sem saber qual caminho seguir com uma representação tão pequena.
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O dirigente chega a falar em uma “oposição pragmática” ao governo Lula, mas que a legenda não deve deixar de votar em pautas favoráveis ao PT desde que sejam “alinhadas ao que o Novo pensa”.
“O Novo já se colocou como oposição, deixando claro que não é uma posição sistemática, é uma oposição programática. Dado que o PT é muito diferente do Novo a tendência é discordarmos de muita coisa”, disse o dirigente. “Só que evidentemente se vier algo que concordemos, não vamos fazer oposição, vamos ajudar a aprovar, porque o Brasil está acima de qualquer diferença”.
“É difícil falar que não vai haver diálogo [com Lula] porque parece que você está fazendo uma oposição sistemática. Vai depender muito da situação na Câmara, mas é evidente que se vier qualquer projeto alinhado ao que o Novo pensa, uma boa reforma tributária por exemplo, não vamos fazer oposição, vamos trabalhar para que isso aconteça”, completou.