Coordenador da chamada “bancada da bala”, o deputado Capitão Augusto (PL-SP) anunciou que será candidato à presidência da Câmara. O parlamentar deve concorrer, na eleição do dia 2 de fevereiro, com Baleia Rossi (MDB-SP), Fábio Ramalho (MDB-MG), Arthur Lira (PP-AL) e André Janones (Avante-MG), que já se lançaram à disputa.
O capitão reconhece o franco favoritismo de Arthur Lira – apoiado por Bolsonaro – e Baleia, que desponta como um sucessor a Rodrigo Maia – mas confia na sistemática de voto da Casa para obter vantagens na hora da eleição. “Minhas apostas são mesmo no voto fechado e no voto temático”, explicou o deputado, que conta com o apoio de bancadas religiosas, de defesa da família e de policiais. “Se o voto fosse aberto, nem candidato eu seria.”
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Mas aliar-se a um voto temático seria, em muitos casos, romper com o voto do partido – e romper com o partido é chave para represálias internas e corte de verbas aos traidores. Por isso, reconhece Augusto, sua campanha é mais difícil que as demais: “As minhas reuniões têm que ser secretas, porque os parlamentares têm receio de sofrer qualquer tipo de represália dos partidos ao ter reunião comigo”, apontou. Prova desse sigilo todo é que, enquanto Baleia Rossi já oficializou sua campanha, e Arthur Lira foi ainda mais rápido, a candidatura oficial só será lançada no dia 28 de janeiro, a cinco dias da eleição.
As únicas exceções são os presidentes de frentes parlamentares – que representam grupos suprapartidários. Quando atendeu a reportagem, o capitão afirmou estar no interior do Paraná, para conversar com o deputado Diego Garcia (Podemos-PR), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família. “Em seguida, ainda tenho reuniões em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais”, revelou o Capitão Augusto, sem no entanto dizer com quem se encontraria.
O foco da sua gestão seria o compromisso com essas frentes, e projetos que seriam caros aos parlamentares conservadores.”Sou o único candidato de direita. O único a favor da Lava Jato e o único contra o juízo de garantias e o retorno do Coaf ao Ministério da Justiça. Arthur Lira e Baleia Rossi não se posicionam desta maneira.”
Sua aposta no voto temático e fechado não deve colocá-lo na liderança da Câmara logo no início da corrida – nem ele espera por isso. “A minha meta não é jamais pensar em ser o mais votado no primeiro turno. É brigar e ir para o segundo turno – onde nivelam as oportunidades e não há mais favorito”, analisa.
PublicidadeDesta forma, Augusto se reconhece como um azarão dentro da disputa. “Eu realmente acredito que o voto secreto vai trazer surpresas como já trouxe várias vezes”, diz , “a ponto de eleger um Severino [Cavalcanti] da vida contra outros figurões.”
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