O Plenário da Câmara dos Deputados pode votar hoje o Projeto de Lei 7425/17, do Poder Executivo, que permite o controle acionário total de empresas aéreas nacionais por capital estrangeiro se a sede for no País. Atualmente, o máximo permitido pelo Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565/86) é de 20%.
O governo argumenta que a ampliação do capital estrangeiro no setor aéreo aumentará a competição, a desconcentração do mercado doméstico e o aumento da quantidade de cidades e rotas atendidas.
Na América do Sul, o Chile, a Colômbia e a Bolívia já autorizam o controle acionário de empresas locais por estrangeiros.
Debate em 2016
Essa não é a primeira vez, em período recente, que a Câmara dos Deputados analisa a questão. Em março de 2016, a ex-presidente Dilma Rousseff assinou medida provisória que, entre outros pontos, elevava o capital estrangeiro nas empresas aéreas para 49% (MP 714/16). Durante discussão na Casa, o percentual subiu para 100%.
Diante de risco de derrota no Senado, onde a ampliação não foi bem recebida, o presidente Michel Temer fez um acordo com os partidos da base aliada para aprovar a MP, com o compromisso de vetar a parte sobre a elevação do capital estrangeiro, que seria reenviada por meio de projeto de lei. A solução foi uma alternativa para salvar a medida, que continha outros pontos importantes para o governo, como o perdão de dívidas da Infraero com a União.
O Brasil está na lanterna da competitividade.
O quê o Brasil precisa mudar com urgência são as leis de concessões. Acho que os governos deveriam vender licenciamentos com prazos definidos de 25 anos e renováveis; o contratante desistindo deveria pagar tudo sem choro nem vela.